16 de outubro de 2008

A caminho da Escola.

O Alexandre é uma criança extremamente enquieta, minha mães diz que as crianças possuem uma formiquinha que fica mordendo a sola do pés, o Alexandre deve ter um formigueiro, é hiper-ativo, para controlar toda esta energia faz natação três vezes por semana, eu ensinei ele jogar damas (dias atrás ele comeu 4 peças minha em uma única jogada) e jogo da velha para melhorar a concentração, com tudo isso ele ainda é sistemático, tudo tem que ser perfeito (puxou ao pai rsrs).
Na escola ele ajuda a professora foi a única forma que ela achou para que ele não termine as tarefas primeiro e atrapalhe as outras crianças, em casa sempre estimulei a leitura portanto ele já livros infantis para o Gabriel, mesmo assim há dias que eu tenho vontade de pendura-lo na parede e deixar lá um pouco (uma brincadeira nossa, quando ele extrapola eu digo _ Vou te pendurar no prego. Vimos isto em um filme).
Nunca dei remédios para controla-lo, por isso vive arranhado e de canelas roxas, tomo estas medidas que ajudam e muito na concentração, sempre peço uma coisa de cada vez para que ele não se atrapalhe ou deixe incompleta, no mais é só beijinho para sarar.

Hoje a caminho da escola ele me disse que esta louco para fazer sete anos (07/11).
_Mãe esse aniversário bem que podia chegar logo ?Todo mundo que eu conheço tem sete anos.
_Você é o mais novo da turma, que coisa boa todo mundo fica mais velho primeiro. (pensamento feminino eterna juventude rsrs).
_Legal nada, eles vivem me chamando de bebe.
_Ah é!
_É muito chato isso eu não sou bebe.
_Então você diga a eles que você é um bebe muito inteligente porque esta na sala deles.
Ele olha-me como se eu fosse o caldeirão cheio de moedas de ouro no final do arco-íris.
_Verdade mãe, sou eu quem ensino a tarefa quando eles não dão conta de fazer.
_ Viu só você é um bebe esperto, diga isso a eles.
_Vou dizer, mais sem a parte do bebe. EU NÃO SOU BEBE!

Esse é meu menino!

Abraços Rosa (estava com muitas saudades de todos)

19 de agosto de 2008

A gente somos inútil!

Na Cidadela onde moro há dois candidatos para prefeito o Atual prefeito e o Vice prefeito, vamos retroceder esta história o atual prefeito teve uma briga feia com o vice, então o mesmo lançou a sua candidatura, porém os partidos políticos racharam-se metade para cada lado, ou seja, aqui repartiram a merda em dois.

Diz o ditado popular que é melhor ouvir certas coisas do que ser surdo.

_Pai em quem vamos votar para prefeito no candidato A ou B?
_No candidato A filho a primeira dama é mais gostosa.

Recebendo santinho, ou melhor, diabinhos veja os slogan:

Dos candidatos jovens

Fulano numero tal:
Jovem e inteligente

Fulana:
Jovem, inteligente e competente.

Da uma vontade de perguntar:
_Tua mãe te vende?


A vereadora paquita
Na foto a mão esta no queixo, o sorriso nas orelhas, photoshop rejuvenesceu uns 20 anos.
Frase:
O futuro no presente.
Alguém consegue explicar esta anomalia?


Repeteco:
Netinho três vezes!
Já esta quase hereditário.

O Clone:
A luta continua!
Que criativo.
Indigesto:
Mas hoje vindo do almoço quase sofri uma indigestão com a cara de pau por parte de um dos candidatos:

Irmão vota em irmão
Deuterononimo 17:15
O que diz a Biblía:
Deuteronômio 17:15estabelecerás, com efeito, sobre ti como rei aquele que o SENHOR, teu Deus, escolher; homem estranho, que não seja dentre os teus irmãos, não estabelecerás sobre ti, e sim um dentre eles.
Mexericos:
Um amigo estava me dizendo que:
Um vereador que esta pleiteando o cargo novamente não passou na prova escrita e a candidatura foi impugnada.
Uma cliente vira para ele e diz:
_O que será do pessoal do João Carro (um vilarejo pobreza esquecido pelo poder publico), o fulano é quem socorria a comunidade com sacolão e remédios.

Agora me diga este país vai pra frente, desde quando vereador ganha para distribuir sacolão?

É por isso que eu canto:
Inútil
Composição: Roger Moreira
Inútil!
A gente somos inútil!Inútil!
A gente somos inútil!

13 de agosto de 2008

Rubaiyat

Omar Khayyam nasceu e morreu em Nishapur, província de Khorassan na Pérsia (c.1050-c. 1123). Dedicado ao estudo da matemática e da astronomia escreveu tratados, um dos quais, sobre álgebra, tornou-se um livro clássico e foi traduzido no Ocidente por Woeke (1851). Elaborou a reforma do calendário muçulmano. Em vida era conhecido como matemático e astrônomo. Mas foi poeta exprimindo-se em quadras epigramáticas.
A filosofia que impregna esses breves poemas caracteriza-se pelo seu agnosticismo e imediatismo.

(Trecho do texto extraído do Prefacio escrito por Manuel Bandeira no livro Rubaiyat)

*Franz Toussaint traduziu do persa para o Francês
Manuel Bandeira traduziu do francês para o Português

21
Não posso evocar o dia
Do meu nascimento, nem
Dizer quando morrerei.
Que homem saberá faze-lô?

Vem, minha amada! À embriaguez
Quero pedir que me faça
Esquecer que neste mundo
Jamais saberemos nada.

28
Convence-te disto:
Um dia tua alma
Deixará teu corpo
E serás lançado

Para trás do véu
Que há flutuando sempre
Entre este Universo
E o desconhecido

Enquanto esse dia
Não chega, procura
Ser feliz. Esquece
Todo outro cuidado.

Pois não sabes de onde
Vens, tampouco sabes
Para onde irás
Depois da tua morte.
Em minha vida mais um ano esta a passar, abraços a todos Rosa

30 de julho de 2008

Tudo Amarelo!


O blog esta de visual novo porque em mais ou menos sessenta dias eu também vou estar de casa nova, há um ano estou lutando para terminar de construir meu ninho, terminei a elétrica e estou no meio da pintura, faltam somente os vidros, para que eu possa mudar-me. Porém sempre existem o, porém não esta totalmente concluída falta a varanda dos fundos e uma escada interna que leva ao mezanino onde será um escritório e quarto de visitas com sacada para uma vista magnífica, deixamos em segundo plano, mas com persistência e muito, mas muito trabalho vai sair.
Mas voltando ao blog a cor dos detalhes da pintura será amarelo foi a cor que mais deu destaque com a madeira dos pilares das varandas e do mezanino, as outras paredes serão brancas e as janelas e portas no tom da madeira.
Estou empolgadisssssssssiiiima!!!
Abaixo um resumo do significado e poder da cor amarela das demais cores no site



AMARELO: Aspectos favoráveis: o amarelo é a cor mais clara e a que mais se assemelha ao Sol. Essa cor traz consigo a esperança e o sentimento de que tudo correrá bem. Ela tem uma atmosfera de resplendor, brilho, jovialidade e alegria.O amarelo é compreensivo e inspirador; ele refulge e ilumina e, em sua vibração mais positiva, essa cor corresponde ao conhecimento e à sabedoria.

Razão e lógica são seus atributos e deles se irradiam discriminação intelectual, discernimento e capacidade de decisão.Aspectos desfavoráveis: a vibração negativa do amarelo pode ser extremamente destrutiva. Ela envolve decepção, afastamento, comportamento controlador, discrição, maldade, comportamento vingativo e bajulação. Essa cor pode levar a uma negatividade extrema associada com depressão mental e pessimismo profundo.

Efeitos físicos do amarelo: o amarelo age reforçando o sistema nervoso e os músculos, inclusive o coração, facilitando a circulação. Essa cor ajuda a estimular várias funções corporais, tais como as ações do fígado, da vesícula biliar e o fluxo de bile. O amarelo promove a secreção dos sucos gástricos e alivia a constipação e indigestão, estimulando o trânsito intestinal normal. Essa é uma cor excelente para o tratamento dos distúrbios inflamatórios das articulações e tecidos conjuntivos e pode aliviar a artrite, o reumatismo e a gota.Sente-se regularmente por algum tempo sob a luz do Sol e impregne-se dos raios amarelo-dourados radiantes, sempre que isso for possível.O amarelo tem a capacidade de dissolver depósitos de cálcio dentro do organismo e, dessa forma, é eficaz para atenuar a rigidez e as dores articulares experimentadas durante o movimento. Essa cor também é purgativa e trabalha excepcionalmente bem, estimulando os rins e o fígado, além de dissolver as secreções mucosas do corpo. O amarelo pode limpar a corrente sangüínea e ativar o sistema linfático. Ajuda os pacientes diabéticos a reduzir a dose diária da insulina pancreática. Iodo, fósforo, ouro e enxofre contêm essa energia do amarelo.Embora o amarelo seja uma cor que estimule o cérebro e as faculdades mentais, não é recomendável para qualquer pessoa que tenha doenças mentais ou neuroses graves.

25 de julho de 2008

Tédio.

Lucy era inteligente; em geral, seus comentários eram procedentes e divertidos. Tratava-se de uma companhia que Elinor considerava agradável por meia hora. Os dotes naturais de Lucy não haviam recebido o reforço de uma boa educação; ela era ignorante, iletrada e a deficiência de qualquer aperfeiçoamento mental, a falta de informação a respeito dos assuntos mais comuns, não podiam passar despercebidos da Srta. Dashwood, a despeito da constante atitude da jovem Steele para demonstrar vantagens. Elinor percebia, e sentia pena dela por isso, o desperdício de habilidades que uma boa educação tornaria excelentes. Mas também via que imensos impulsos generosos, a falta de delicadeza, de retidão moral e de integridade de opiniões que era demonstrada pelas atenções, pela bajulação e dissimulação, enfim pelo modo que a moça agia o tempo todo que passava em Barton Park. E Elinor era incapaz de sentir satisfação na companhia de uma pessoa que unia absoluta dissimulação com ignorância, cuja falta de instrução impedia que conversassem em pé de igualdade e cuja conduta para com os outros demonstrava uma atenção e deferência que revelavam completa ausência de respeito por si mesma.

Livro I Capitulo XXII Razão e Sensibilidade de Jane Austen


Separei este trecho em especial porque ultimamente estou vendo-me pela descrição das duas moças deste texto, reuniões sociais em sua maioria entorpece o cérebro com tanta falta de raciocínio, não estou colocando-me acima dos mortais, porque em mim a voz calou-se, somente ouço e não emito opinião alguma, sou omissa comigo mesma.
Cidades do interior estas reuniões sociais resume-se: a comer, sempre em rodas meninos x meninas, por vezes chego a sentir inveja do meu marido que ao menos pode falar mal o juiz, e eu fico lá para ouvir problemas domésticos, fofocas, travessuras das crianças, horas de parto ‘a mais sofrida ganha’ e claro não pode faltar os problemas conjugais, que em certas ocasiões da vontade de perguntar:
_ Nunca passou pela sua cabeça a separação?

Nestas ocasiões temos também o marido exemplar, que a maioria suspira ‘nossa ele faz mamadeira para a neném’ a esposa responde meigamente:
_Sim, nos revezamos para cuidar dela à noite.
Mas sabemos que o Sr. Perfeição e um canalha. Então se resume em hipocrisia pura.

Estou tão anti-social e sinto-me bem. Que nada como a velha desculpa da enxaqueca para livrar-me deste tédio todo, e ter comigo mesma certa consideração.


Abraços, e até logo mais.
Estou olhando fixamente para uma pilha de relatórios que infelizmente não se farão sozinhos.

11 de julho de 2008

Consciência em Atrito.


Definição deMoral:
Parte da filosofia que trata dos costumes ou dos deveres do homem para com os seus semelhantes e para consigo.

Ética: Ciência da moral.
Ético: Relativo à moral (do grego Ethikcos)

Mentir: Dizer mentiras, apresentar como verdadeiro o que o que é falso, iludir, enganar.

Até onde estes conceitos não criam atritos entre si?
Acredito-me que a cada que se passa mais temos provas que a filosofia da moral esta em desuso, exemplos claros são os políticos, mas os conceitos mais simples, como devolver troco recebido a mais, não furar fila, o respeito mutuo, isto é quase impossível de se ver.
Porem o conceito como toda filosofia é extremamente nobre, na pratica devemos apelar ao bom senso, e os fatos são os seguintes:
A Srta. X freguesa assídua, sempre separa determinados produtos e mais tarde o Sr. X passa paga e leva.
E não há problema algum, se a Sra. X, a terceira parte “deste casamento” não viesse me questionar.
_ Vc conhece a Srta. X?
_Sim conheço, é minha cliente.
_E o Sr. X?
_Conheço também.
_Ele veio hoje aqui?
Em alguns segundos minha mente esta no impasse:
Mentir é feio. Relatar fatos sobre clientes a terceiros é antiético. Trair a esposa é amoral. Por fim respondo.
_Hoje não, há dias que não o vejo.
O Sra. X desmonta.
_Eles devem estar comprando em outro lugar, vc acredita que eles estão tendo um caso, descobri ontem, estou desesperada, preciso tirar isto a limpo, se vc souber de algo me avisa.
Com cara de espanto e indignação respondo:
_Claro que sim.
Ela me abraça achando que tem uma aliada e eu retribui sentindo-me o Judas da história.
Contei a minha mãe omitindo o nome do casal em questão, no final ela me olhou e disse:
_Filha em briga de casal não se mete a colher.

14 de junho de 2008

MUDANDO DE PROFISSÃO

Em dia ocioso nada melhor do que checar a caixa de e-mail, e deparei-me com este enviado pela minha amiga Amanda. Espero que gostem desta conta. Abraços Rosa

Matemática de mendigo realizada por um estagiário nível superior.

Tenho que dar meus parabéns para esse estagiário que elaborou essa pesquisa tão perfeita, pois para mim o resultado que ele conseguiu obter a mais pura realidade.Preste atenção nessa interessante pesquisa de um estagiário...

Um sinal de trânsito muda de estado em média a cada 30 segundos (trinta segundos no vermelho e trinta no verde).
Então, a cada minuto um mendigo tem 30 segundos para faturar pelo menos R$ 0,10, o que numa hora dará: 60 x 0,10 = R$6,00.
Se ele trabalhar 8 horas por dia, 25 dias por mês, num mês terá faturado: 25 x 8 x 6 = R$ 1.200,00.
Será que isso é uma conta maluca?
Bom, 6 Reais por hora é uma conta bastante razoável para quem está no sinal, uma vez que, quem doa nunca dá somente 10 centavos e sim 20, 50 e às vezes até 1 Real.Mas, tudo bem, se ele faturar a metade: R$ 3,00 por hora terá R$600,00 no final do mês, que é o salário de um estagiário com carga de 35 horas semanais ou 7 horas por dia.
Ainda assim, quando ele consegue uma moeda de R$1,00 (o que não é raro), ele pode descansar tranquilo debaixo de uma árvore por mais 9 viradas do sinal de trânsito, sem nenhum chefe pra encher por causa disto. Mas isto é teoria, vamos ao mundo real.
De posse destes dados fui entrevistar uma mulher que pede esmola se que sempre vejo trocar seus rendimentos na Panetiere (padaria em frente ao CEFET). Então lhe perguntei quanto ela faturava por dia.
Imagine o que ela respondeu? É isso mesmo, de 35 a 40 reais em média o que dá (25 dias por mês) x 35 = 875 ou 25 x 40 = 1000, então na média R$ 937,50 e ela disse que não mendiga 8 horas por dia.
Moral da História:
É melhor ser mendigo do que estagiário, e pelo visto, ser estagiário é pior que ser Mendigo...
Se esforce como mendigo e ganhe mais do que um estagiário.
Estude a vida toda e peça esmolas; é mais fácil e melhor que arrumar emprego.
Viva a Matemática.

6 de junho de 2008

Gente da minha terra.

Sr. Gigi assim é conhecido um mineirinho de 89 anos, sabe aquelas pessoas que você olha e simpatiza, este senhor em questão faz a alegria, sempre tem uma piadinha nova, (incrível nunca repetiu nenhuma). Um dos passatempos preferidos é escrever cartas, a moda antiga, papel e caneta, isto não significa que ele não entenda de internet, sempre tem um texto, uma frase, a resposta de uma carta e claro uma história, mais me divirto com as da mocidade em Minas Gerais.
Conta-nos seu Gigi que os bordeis daquela época, pagava-se para dançar com as moças da casa, a cada volta ou música marcava na fichinha, o clima esquentava pagava-se mais, a coisa funcionava bem de acordo com o bolso, ele rapazote como bom dançarino e melhor ainda de lábia, era a paixonite de umas das moças, e ela a cada cinco danças, marcava uma. Ele diz isto com um brilho nos olhos e um sorriso de saudade.
Em sua última visita deixou-me este texto no Mario Quintana.
Deficiências

“Deficiente”é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.
“Louco” é quem não procura ser feliz com o que possui.
“Cego” é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.
“Surdo” é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.
“Mudo” é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da mascara da hipocrisia.
“Paralítico” é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.
“Anão” é quem não sabe deixar o amor crescer. E finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:
“Miseráveis” são todos que não conseguem falar com Deus.

Mario Quintana

24 de maio de 2008

O que um livro ruim pode acrescentar na minha vida?

A minha primeira resposta e esta pergunta seria um grande NADA, até que fiz a minha primeira compra on line de livros no site estante virtual, e eu precisava de um valor x para conseguir o frete grátis, na pressa escolhi o livro Sereníssima da autora Erica Jong, da qual nunca ouvi falar, a estória se resume em uma atriz de 43 anos, que vai a Veneza para ser jurada em uma amostra de cinema e começar a gravação do filme Sereníssima baseado em o Mercador de Veneza de Shakespeare, possui muitos trechos das obras, sonetos, descrições e história de Veneza.

Assim começa o livro:
“Durante mais de mil anos Veneza foi algo único entre as nações, metade ocidental, metade oriental, metade água, metade terra, situada entre Roma e Bizâncio, entre a cristandade e o islamismo, um pé na Europa, outro nas pérolas da Ásia. Chamava-se a si mesma de Sereníssima...”

Há muitas situações da obra e vida (do que se sabe) do autor, mas quando a ‘heroína’ recebe um anel e é transportada para o cotidiano do autor, na verdade os dois viram amantes ela Jéssica, (personagem do Mercador de Veneza) judia moradora do gueto, mas digamos que a narrativa da autora é extremamente tosca, em certo momento ela compara os órgãos sexuais “Will” como um sabre, ele procura cancro nela, o final é horrível.

Agora voltando a minha pergunta, este livro tenebroso me fez desejar ler Shakespeare, dele só conheço o básico, e algumas adaptações do cinema, tudo muito superficial. Mas como nada é por acaso, indo à casa da Janete eis que encontro na estante dela Tragédias de Shakespeare (Romeu e Julieta, Macbeth, Otelo o Mouro).

Certos livros me amedrontam, há tanto estardalhaço e interpretações do perfil psicológico, das entrelinhas em relação a algumas obras, quando não vejo é como se não estivesse vendo a roupa do rei(uma adaptação do conto excelente). Porém Shakespeare me surpreendeu com a facilidade com que consegui me situar no drama de Otelo e Desdémona. Agora o que Shakespeare poderá fazer na minha vida eu não sei, mas o prazer em ler já é mais do que o suficiente, agora me resta conseguir as outras obras para ler.

15 de maio de 2008

Carta aos meus filhos!


(Ano 2)

Há tempos atrás estava me transformando em uma completa estranha para os filhos, talvez eu tenha esquecido qual a finalidade de ser mãe, não que sempre acerte em meus julgamentos, ou que sou sempre paciente, não sou, também dou bronca, umas palmadas, mas havia esquecido de dizer aos meus filhos o tamanho do meu amor por eles, agora teremos boas lembranças juntos.
O Alexandre e o Gabriel são extremamente ativos, estão sempre correndo pulando e falando, e me contagiaram em uma noite de frio quando me vi estava virando cambalhota (a coluna nem conto)na cama com os dois, foi uma bagunça tamanho família.
A casa pela qual estamos batalhando esta virando uma realidade a cada dia que passa, no domingo fomos plantar muda de acerola, fazer vasos de flores, os meninos se divertirão muito e eu mais ainda vendo o Alexandre lutar com a enxada para abrir os buracos, o Gabriel com sua miudeza segurando a muda, recordei de mim mesma na infância, minha mãe grávida de Thais abria os buracos, eu jogava as sementes, o Neto enterrava e a Nina molhava, (morei em uma chácara até os sete anos) há muito tempo que não recordava com nostalgia da minha própria infância, eu me vi naqueles dois molequinhos imundos.
Ser mãe é nunca mais ter uma noite de sono decente, mas é tão bom aquela festinha que eles fazem quando chego em casa depois de um dia exaustivo de trabalho, por instantes percebo o ‘por que’ de tudo, e aguardo ansiosa por mais um domingo de sol.
*Este ano tive uma boa surpresa neste dia das mães, o Alexandre escreveu uma carta sozinho, ficou muito lindo.
Abraços Rosa

28 de abril de 2008

Um ano no ar!

Este mês esta acabando e com ele acredito que esta se fechando mais um ciclo da minha vida. Este blog conseguiu ficar ativo por um ano consecutivo, meu muito obrigada aos amigos que sempre vem me dar uma forcinha, que me cobram em longas ausências, e que me apóiam nos problemas, este blog começou totalmente negro, e foi extremamente importante por me manter em contato com o mundo sem sair desta sala quente(o ar condicionado pifou há uma semana, chefeeeee cadê o técnico) em que trabalho. Fez-me conhecer pessoas maravilhosas que estão todos no link, isto me ajudou a perceber a estranha em que havia me transformado em que eu não reconhecia, uma sonâmbula vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, trezentos e sessenta e cinco (seis) dias no ano. Este blog literalmente me tirou o cabresto (hehehe) da rotina.
Mas voltando a este mês, foi extremamente difícil, programei as férias e não tive como ir, porém usei toda a grana e dei continuidade a construção da casa, que ira ficar pronta antes do prazo, desentoquei todos os meus bordados inacabados (sou péssima cozinheira, mas prendada) e estou terminando, minha Orquídea floriu com onze pelas flores (post as fotos depois), deu a louca na baba e agrediu as crianças, mas nunca imaginei a praticidade de uma diarista viva as Marinetes do lar,que fazem uma faxina como ninguém.
E o mais incrível ando sonhando que estou me casando, na igreja e tudo, coisa que nunca dei importância, acho que estou ansiosa por que dia 28 de maio faz 10 anos que eu e meu cônjuge moramos juntos (ufaaa!!!).
Por isso e a vocês um brinde!
Grande beijo e abraços Rosa.

22 de abril de 2008

Medo...

Estava decidida a esquecer o assunto, apesar de chocada, magoada, me sentindo traída, pisada onde sou totalmente vulnerável: meus filhos.
Vemos tantas coisas na mídia sobre maus tratos a crianças por país, professores, babas, e sempre achamos que isto só acontece nas casas alheias, meus filhos foram vitimas.
Nos sábado dia 05 de abril o único dia em que as crianças ficavam sozinhas com a ‘secretária’, ela pediu folga para ir a um encontro da igreja, como me avisou em cima da hora foi impossível liberá-la.
Por volta das três da tarde minha irmã chegou de Cuiabá e foi ver as crianças. Para a minha surpresa ela me ligou dizendo que o Alexandre havia tomado uns tapas e o Gabriel estava totalmente assado mais precisamente cozido.
Eu sei como deixei meus filhos em casa, e quando os reencontrei foi horrível, tentar dar banho no Gabriel foi uma tarefa sobre humana, os gritos dele me doíam na alma. Sinceramente a minha vontade era esganar, bater, matar a infeliz, mas como fazer isto, eu não ia deixar meus filhos mais nem um segundo junto dela, para conseguir uma prova jurídica contra ela. Tirei as crianças de casa na segunda pela manhã, foram para a casa da avó, tirei todas as roupas do armário, mandei dar geral na casa e me ligar antes de sair, mandei a pilantra embora, imagine por 1 ano e seis meses, no único dia em que ficou totalmente sozinha me apronta uma destas.
Mas hoje tive que olhar naquela cara cínica, nojenta e traidora, me veio na mente todos os gritos do Gabriel por uma semana inteira, ou quando o Alexandre ficava nervoso e jogava as coisas como ela fez com ele. Que raiva ainda precisei pagar por estes serviços.
Só de lembrar me sobe uma ira incalculável, uma impotência sem tamanho por não conseguir proteger a carne da minha carne.
Do que adianta tanto sacrifício se no final sempre seremos fracos?
Como um ser humano se diz temente a Deus e consegue fazer maldades aos pequeninos?
Talvez eu nunca consiga entender.

16 de abril de 2008

Agora é Oficial (hehehehe)

Justiça Americana decide: Esperma é propriedade da mulher!
Usar esperma para engravidar sem autorização do homem não caracteriza roubo porque, "uma vez ejaculado, o esperma se torna propriedade da mulher".
O entendimento é de uma corte de apelação em Chicago, nos Estados Unidos, que devolveu uma ação por danos morais à primeira instância, para análise do mérito. Nela, o médico Richard Phillips acusa a colega Sharon Irons de "traição calculada, pessoal e profunda" ao final do relacionamento que mantiveram há seis anos.

Sharon teria guardado o sêmen de Richard depois de fazerem sexo oral e usado o esperma para engravidar. Richard Phillips alega, ainda, que só descobriu a existência da criança quando Sharon ingressou com ação exigindo pensão alimentícia.

Depois que testes de DNA confirmaram a paternidade, o médico processou Sharon por danos morais, roubo e fraude. Os juízes da corte de apelação descartaram as pretensões quanto à fraude e roubo afirmando que "a mulher não roubou o esperma". O colegiado levou em consideração o depoimento da médica, que afirmou que quando Richard Phillips ejaculou, ele "entregou seu esperma; deu de presente".

Para o tribunal, houve uma transferência absoluta e irrevogável de título de propriedade, já que não houve acordo para que o esperma fosse devolvido posteriormente.

Era só o que faltava:
Agora é oficial- " Os homens não mandam mesmo em pôrra nenhuma!"
Recebi por e-mail, se é verdade ou não já não posso afirmar, o autor tb não faço a menor idéia, mas as gargalhadas vale a pena.

5 de abril de 2008

Sedentária!!!




Eu sou totalmente desajeitada para qualquer exercício físico, sempre fui, na adolescência tentei jogar vôlei, não conseguia enxergar a bola, sem nenhuma noção de distancia e velocidade, porém consegui deslocar o dedão do pé, depois da primeira gravidez aulas de aeróbica, nossa um horror todo mundo indo eu voltando, pensei comigo é normal no primeiro mês, mas no segundo, no terceiro, no quarto desisti.
Mas há um mês atrás começou a chover o que a gênio aqui fez?
Saiu correndo, imagine o desastre eminente sem aquecimento, preparo físico nenhum, e claro no auge dos meus 65 kilos, coitados dos meus pezinhos, senti uma fisgada e só, no domingo inchou doeu, coloquei os pés para cima, compressa de gelo e nada mais senti.
Nesta semana comecei a trabalhar de tênis, segundo dia já estava mancando, no terceiro nem saia do lugar, no quarto me doía tudo, os dois pés os joelhos e a bacia, depois do almoço não retornei ao trabalho, tinha vontade de uivar, morder, de tanta dor.
Diagnóstico médico: Tendinite de Calcâneo.


O Tendão de Aquiles Conta a lenda grega que Aquiles, filho do rei Peleu e da rainha Tétis, tinha um único ponto vulnerável no corpo, exatamente na altura do calcanhar, na altura de um tendão. Para tornar o menino imortal, sua mãe passou ambrósia em seu corpo e o manteve por um tempo próximo ao fogo. Depois, mergulhou Aquiles no rio Estige, cujas águas tinham o poder de torná-lo invulnerável. Ao mergulhar o filho nas águas do Estige, a mãe o segurou por um calcanhar e, sendo assim, essa parte de seu corpo não foi tocada pelas águas. Aquiles cresceu e se tornou um dos principais heróis gregos da guerra de Tróia, sendo ao final atingido e morto por Páris, com uma flecha no calcanhar.

Tive que colocar uma palmilha ortopédica no tênis, usar sapato com salto de 2 a 4 cm em relação ao resto dos pés, estou me acostumando a trabalhar nas alturas, no geral sempre uso sapatos baixos e salto quando vou sair e sem as crianças.
E já que tive que aderir ao salto nada melhor do que repaginar o look, cortei os cabelos a uns quatros dedos do ombro, com dois modelos de franja depende do jeito como coloco o cabelo, agora é só subir no salto (hehehehe) e trabalhar por nove horas. Ufa!!!!
Mais informações aqui e aqui

29 de março de 2008

Templo...

Há alguns meses vi no programa do Jô Soares uma entrevista com o (cantor e compositor) Z. Rodrix, que de nome dificilmente se sabe dizer quem é porem quando Elis Regina canta: Eu quero uma casa no campo/ Onde eu possa compor muitos rocks rurais /E tenha somente a certeza /Dos amigos do peito e nada mais /Eu quero uma casa no campo /Onde eu possa ficar no tamanho da paz...
Ou o hit Soy Latino Americano/ E nunca me engano/ E nunca me engano/

O que eu não sabia é que ele havia escrito livros, a entrevista foi simplesmente maravilhosa, como poucas que eu vi no Jô Soares (que é um porre!!!). Pesquisei em sites, na livrarias em MT e por fim chegou as minhas mãos o livro Johaben – O Diário de um construtor do Templo, o primeiro livro da trilogia. Esta trilogia seque com Zorobabel: Reconstruindo o Templo e Esquin de Floyrac: O fim dos Templos.


Este templo em questão é o de Jerusalém projetado por Yahweh (Deus), a morada final da Arca da Aliança, trazida com os hebreus desde os tempos de Moisés, chegando a Davi, mesmo dando inicio ao projeto não teve autorização de Deus para executar por ser um homem de guerra e não de paz, ficando para Salomão erguê-lo , é nesta parte que a história começa, mas há passagens do livro que fala mais do que erguer paredes, construir um templo material, e sim no crescimento espiritual, do renascimento de si mesmo, em certos parágrafos, a reflexão é tão profunda, que nos leva as lágrimas. Como esta o seu templo?



Abandonando o acampamento, desci a trilha de pedra caverna adentro e embrenhei-me pelos corredores desertos das pedreiras, acabando por chegar à sala onde meu grupo trabalhava, e na qual o dia seguinte veria nossa atividade frenética. Sentei-me absolutamente só no chão, com as costas apoiadas na parede, abraçando os joelhos, e fixei meu olhar na rocha viva à minha frente.Tentei mais uma vez, apertando as têmporas com as mãos, enxergar as linhas da rocha que somente Nehemias parecia ver, mas nada aconteceu. Eu era absolutamente cego para o que realmente importava, e tomado por um ódio incontrolável, comecei a chutar e a socar a pedra à minha frente, enquanto as ondas de ódio mortal subiam pelo meu peito acima, e eu urrava como fera selvagem, destruindo meus dedos e pés na agressão à pedra. O sangue começou a manchar a rocha, e depois de um tempo interminável a dor e os ferimentos venceram meu ódio, e eu caí para trás, urrando menos pela dor do que por estar completamente destruído. Eu tinha finalmente chegado ao fundo de mim mesmo, e não sabia mais quem era, de onde vinha, nem para onde estava indo. O Joab criança que eu fora se transformara no Joab que meu tio construíra, e pelos mais torpes motivos este Joab se transformara no Johaben que eu agora tentava ser, mas não conseguia, pois não tinha mais forças para nada. Por mais que eu recusasse, por mais que aquele que eu fora gritasse dentro de mim que eu merecia mais, que eu era especial, que eu era diferente, que eu era melhor que todos, que eu devia ocupar uma posição superior, a verdade mais verdadeira me cobriu com seu manto de absoluta transparência, limpando de minhas vistas as tinturas e névoas que até esse dia me impediam de verdadeiramente enxergar, e eu finalmente compreendi que não havia, nunca tinha havido nem nunca haveria nenhuma diferença entre mim e a pedra. Eu não tinha mais porque lutar: meu sangue sobre a pedra já estava acinzentado como ela, e eu mesmo, como podia ver pelas feridas que os golpes na rocha tinham me causado, ia lentamente tomando a cor e o aspecto da rocha em que estava encostado. O mundo à minha volta era A pedra, eu era de pedra, o ar que me cercava ia lentamente se transformando em pedra, penetrando meus pulmões com sua infinita platitude. Eu não era nada além da pedra, e com um suspiro me deixei escorregar para dentro dela, buscando a paz da integração final com o que nunca soubera, mas que sempre fora e finalmente aceitava ser: um pedaço de pedra cinzenta, sem nome nem destaque, nem marcas, nem segredos. Um frio intenso explodiu dentro de meu coração e eu caí ao chão, aceitando pacificamente a minha morte definitiva. Desisti de viver e me entreguei.
Por algum motivo, no entanto, a morte passou por sobre mim e me deixou, inerme, caído ao chão da caverna. Alguma coisa dentro de mim pulsava com regularidade, e eu acabei percebendo que era o meu coração, batendo em meu peito, marcando cada momento seguinte de minha vida. Meu coração não tinha se enrijecido como pedra. Uma enorme sensação de alívio se instalou em mim, como que me dizendo que a provação pela qual eu vinha passando já se acabara. Deixei que o ar entrasse em meus pulmões, e me permiti sentir a mim mesmo: eu estava limpo, eu me sentia limpo, pois morrera e fora ao meu próprio fundo buscar-me. De algum lugar lá embaixo, na escuridão do meu íntimo, onde eu nem mesmo desconfiava que existisse alguma coisa, eu conseguira roubar o sopro necessário para reiniciar minha existência. Eu agora podia existir, pois o jugo que meu passado tinha algemado à minha vida havia finalmente sido quebrado. Não havia mais nada que me prendesse a nada: tudo se apagava como que por encanto, e os fantasmas e desgraças de meus dias passados tomavam finalmente seu tamanho verdadeiro, um tamanho infinitamente pequeno. Em mim, no fundo de mim, estava a força de que eu precisava para quebrar essas cadeias. Compreendi, então, que ao aceitar o meu próprio fim e abandonar pela exaustão o leme de minha vida, ele tinha sido tomado por alguma força superior que sempre estivera dentro de mim, mesmo quando eu não sabia disso. Essa força é que me arrancava a cada momento mais uma respiração, mais uma batida de coração, essa força é que me sustentou quando a carga se mostrou quase excessiva, mas que também nunca permitiu que a ela se adicionasse a pluma que me quebraria a espinha. E em minha mente renascida surgiu com todos os detalhes, como se eu lá estivesse, o grande céu estrelado que nos cobria, e eu via em cada uma dessas estrelas a mesma força que pulsava dentro de mim, renovando meu compromisso com a vida. Por quanto tempo eu andara enganado, ora achando que o Universo tinha sido criado para tudo me conceder, ora sofrendo porque o Universo tinha se transformado em um plano sinistro contra mim... Nada disso: o Universo nunca tinha sido nem meu serviçal nem meu inimigo: nada me devia e nada me cobrava. A força que o iluminava era a mesma que fazia com que eu me movesse, e quanto mais eu me movesse em consonância com ele, mais perfeito seria o nosso movimento em comum. Abri meus olhos, molhados por meu primeiro pranto de alívio verdadeiro, e uma grande onda de alguma coisa que eu só posso chamar de amor cresceu dentro de mim, porque a caverna em que eu me encontrava, inesperada e maravilhosamente iluminada por uma estranha luz dourada, pulsava no mesmo ritmo do meu coração e, sem perder a cor cinzenta que era a sua natureza, ia ficando mais e mais transparente. Eu podia enxergar dentro das paredes de pedra as veias pelas quais corria a seiva viva da rocha, vinda de todos os cantos do mundo, numa fabulosa exibição de vida para todo o sempre. Nesse momento inesquecível entre tantos outros que eu vivera e ainda viveria, eu tive então a certeza plena de que a pedra e eu éramos uma coisa só.

Livro: Johaben - Diário de um Construtor do Templo.

Autor: Z. Rodrix.

15 de março de 2008

O Perfume



Aí ficou parado, recompôs e farejou. Conseguira. Tinha-o firme. Como uma fita, o aroma descia a Rue de Seine, inconfundivelmente nítido e, mesmo assim, sempre suave e fino. Grenouille sentiu como o seu coração estava pulando e sabia que não era o esforço da correria que o fazia pular, mas o seu excitado desamparo diante deste aroma. Procurou lembrar-se de alguma coisa comparável e teve de desistir de todas as comparações. Esse aroma tinha frescor; mas não o frescor das limas ou laranjas, não o frescor da mirra ou das folhas de canela ou da hortelã ou da bétula ou da cânfora, nem da chuva de maio ou do vento da geada ou da água da fonte... e ao mesmo tempo tinha calor; mas não como a bergamota, cipreste ou almíscar, nem como o jasmim ou narciso, nem como lenha de roseira e nem como íris... Esse cheiro era uma mistura de ambos, do fugaz e do pesado, não uma mistura, mas uma unidade e, alem disso, restrita e fraca e, ainda assim, sólida e fundamental, como um pano de fina seda cintilante... e de novo também não como seda, mas como leite doce feito mel em que um biscoito se dissolva – o que, afinal, mesmo com a melhor das boas vontades, não se conjugava: leite e seda! Incompreensível esse aroma, indescritível de modo nenhum classificável, a rigor nem sequer deveria existir. E, no entanto, ai estava ele, em maravilha obviedade. Grenouille o acompanhou, com o coração a saltar de medo, pois o havia aprisionado e, agora, irresistivelmente, o atraíra para si.
O Perfume de Patrick Süskind

Preciso ver o filme, mas por enquanto me contento e muito em reler o livro.

5 de março de 2008

2008 promete.

Sumiço de um mês, por motivos pessoais, profissionais, maternais, familiares, escolares...
Em fevereiro bati meu recorde de passeio em shopping center, fui duas vezes, não é porque eu não gosto que tenho que privar meus filhos, foi uma maravilha a eles, compras, a primeira vez que o Alexandre foi ao cinema, comida fast food, escada rolante, meus pés doem até hoje. Estou colocando em pratica o tempo dedicado aos meus filhos(resolução de final de ano), esta será a prioridades deste ano, pensando nisto vou tirar férias (depois de cinco anos e licença maternidade não conta), a minha casa não ira se construir se eu vender estas férias integralmente, então vou tirar dez longos dias e visitar a sogrinha (eta!!!), neste caso é férias mesmo ela esta morando no Espírito Santo a poucos kilometros da praia.
Mas em fevereiro foi o mês em que me descobriram isto mesmo, ninguém que eu conheço sabe do blog, então qual a minha surpresa, meu marido me achou, a partir de uma lista de endereços de blog’s no Word que mantenho no PC onde trabalho, onde ele também trabalha, isto foi um balde de água fria na minha cabeça, a coitada não conseguiu articular mais uma palavrinha sequer, imagine um post inteiro, já estou refeita, e também não é nada de mais e nem de outro mundo
(explique isto a ele!).
Finalzinho de janeiro foi o aniversário do Gabriel 2 aninhos, hora de ir à escola, mais um stress, achar a escolinha certa (entre 2 opções), mas ele foi muito fofo não chorou, qdo fui embora me deu até beijinhos (ufa!!!). Este ano a escola do Ale me pediu 5 cadernos, 4 apostilas e 1200 folhas A4 (entre brancas e coloridas), se um ano tem 365 dias cada caderno com 96 paginas (480 no total). Simplesmente reduzi a lista a quase nada, incrível te pedem horrores em materiais e sempre vêm trabalhos para se fazer em casa, e nada para executar, no final do ano dez trabalhos em uma pasta. Stop neste povo!!!!

Comecei escrever este post ontem (04/03/08) felicíssima com as férias cheia de programação, até meu chefe me dar um bom dia com a cara fechada, (lá vem bomba!), o funcionário que voltou hoje de férias, separou-se da esposa (ele com 22 ela com 16 o juízo esta aonde?) e pediu as contas, ele vai ver o que poderá ser feito talvez adiar, mas tenho o pressentimento:

Minhas férias subiu no telhado!


Retificação do post As leis de Murphy, como o Blogildo comentou que eu estava errada (resolvi olhar a nota fiscal e perguntar ao técnico) eu realmente escrevi errado no post eu pedi a vendedora uma Placa com 20+4+4 pinos e na verdade nós já havíamos trocado a placa de vídeo, e por isso trocamos tb a Fonte de 24 pinos 350 w 2.20volt , ela tem 20+4 e 4 pecinhas que se parecem com plug de telefone (o meu conhecimento é zero) eu desconfiei da primeira vendedora pelo simples fato do meu chefe ter me entregado R$150,00 para a aquisição da mesma.
Achei na Kadri Informática na Av. Rubens de Mendonça com a Nara. (olha o Jabá).


*Se alguma destas imagens é de sua autoria favor me avisar para os créditos, estava com muita pressa e nem anotei de onde as tirei.

30 de janeiro de 2008

As leis de Murphy.

O pc principal deu pane ou melhor Cavalo de Tróia, e claro nunca é ninguém, mas pior do que isto é ser incumbida pelo chefe, que resolveu ‘incrementar’ a maquina com uma lista gigante de peças ( que eu não entendo nada) de ir busca-las na capital.
Eu não entender nada de peças, tem uma desculpazinha, mas o vendedor?

_ Oi, estou precisando de uma placa de 20 pinos + 4+4, vc tem?
(a vendedora faz cara de quem esta pensando, entra no sistema e diz)
_ Tenho sim.
_Quanto Custa?
_ R$38,90.
_ Vc tem certeza que é a 20+4+4.
_ Vou verificar com o supervisor, um instante.
Penso comigo, o que será um instante? Quanto demora um instante?
No meu caso demorou 10 minutos.
_Sra. tem certeza que é isto mesmo, nós temos somente 20+4.
_ Obrigada. La vou eu a merda.


Na segunda loja se repete o mesmo ocorrido.

Na terceira Loja.

A vendedora me vem com a mesma 20+4.
Pego o celular e tento pela terceira vez falar com o técnico e verificar as especificações da placa, por fim consegui falar com o ‘quase impossível rapaz’, que auxilia a vendedora nesta árdua tarefa, mas perdida que cachorro caído de mudança, se junta com mais uma vendedora e eis que aparece a placa, com todos os pinos e entradas.

E finda a minha missão na ensolarada e claustrofóbica capital.

E é óbvio que o técnico conseguiu esquecer de mais algumas peças e vamos nós de novo.

E ai entra algumas Leis de Murphy.

1. Um atalho é sempre a distância mais longa entre dois pontos.
2. A beleza está à flor da pele, mas a feiúra vai até o osso!
3. Nada é tão fácil quanto parece, nem tão difícil quanto a explicação do manual.
4. Tudo leva mais tempo do que todo o tempo que você tem disponível.
5. Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível.
6. Se você perceber que uma coisa pode dar errada de 4 maneiras e conseguir driblá-las, uma quinta surgirá do nada.
7. Seja qual for o resultado, haverá sempre alguém para: a) interpretá-lo mal. b) falsificá-lo. c) dizer que já tinha previsto tudo em seu último relatório.
8. Quando um trabalho é mal feito, qualquer tentativa de melhorá-lo piora.
9. Acontecimentos infelizes sempre ocorrem em série.
10. Toda vez que se menciona alguma coisa: se é bom, acaba; se é mau, acontece.

24 de janeiro de 2008

A seita.



Passei dias tentando achar um tempo e digitar o restante da historia de Heinrich Schliemann, mas esqueci o livro onde trabalho e a oportunidade surgiu-me onde eu menos esperava no caminho para casa meu cunhado ligou convidando-nos a ir jogar baralho com ele (um jogo chamado mentira bem simples e divertido), mas imaginando os assuntos de sempre, novela, fofoca e as casa lacradas (que eu me recuso a ver, ouvir e falar) ficaria boiando, resolvi ficar em casa com o Gabriel (1e 11meses) e ele levaria o Alexandre (6 anos), porem minha irmã Nina (tia linha dura de coração mole) chamou-os para dormir com ela e minha mãe, agora estou eu aqui ouvindo os vizinhos loucos tentando cantar em Karaokê e para piorar um pouco, uma imitação tosca de Tete Espindola (meu amor o nosso amor esta escrito nas estrelas... e o fim da picada) e já que estou sem o livro em mãos e estou lendo outro sobre Seitas Secretas assunto que sempre me chamou a atenção não vou relatar sobre as mais conhecidas, mas uma seita aniquilada (não lamento e talvez nem você faça isso).






Introdução (bem resumida).

As seitas secretas existem tanto nas culturas primitivas como nas tecnologicamente avançadas. São, quase com certeza, anteriores a historia registrada; uma interpretação das pinturas pré-históricas nas cavernas sugere que elas faziam parte dos ritos tribais especiais da Idade da Pedra, destinados a atrair a caça mediante a magia simpática. No entanto, as seitas secretas tribais costumavam estar ligadas aos ritos de passagem para a vida adulta de rapazes e moças e a preservação das tradições culturais da tribo. Através dos tempos, outros grupos foram formados com propósitos religiosos e políticos, tal como os druidas e os Cavaleiros Templários do século XII. Alguns nasceram como irmandades ritualísticas, ou evoluíram a partir, maçonaria, rosa-cruz, a teosofia e a Ordem Hermética da Aurora Dourada, outros são cultos antigos como Isis e Osíris, Dionísio, Mitra (mitraismo), entre muitos outros.





Tugues - Assassinos Sagrados.


Durante séculos, viajantes da Índia eram presos pelos tugues, membros de uma seita cujas origens remotavam ao século XIII. A irmandade incluía muçulmanos e hindus, mas todos afirmavam ter uma relação especial com Kali, a Mãe Negra do folclore hindu. Segundo o mito deles, a deusa cortara um demônio comedor de gente ao meio com sua espada, descobrindo que cada gota de sangue dava origem a outro demônio. Em face de horda diabólica, Kali criou dois guerreiros com seu próprio suor, dando a cada um deles uma tira de pano chamada ‘rumal’, para estrangular os inimigos. Depois que os demônios morreram, Kali incitou seus dois tugues a continuarem matando, de geração a geração. Eles esmagariam o mal, disse ela – e ganhariam bem a vida, pois também roubariam suas vitimas.Na maior parte do tempo, os tugues viviam respeitavelmente, em geral como artesãos renomados, em suas aldeias natais. Porem, durante algumas semanas, todos os anos, dedicavam-se a carnificina, sua missão sagrada. Agindo longe de casa para evitarem o reconhecimento bandos de dez a cinqüenta tuques atraiam suas vitimas para a morte mediante engodos. Com efeito, o nome da seita deriva da palavra em sânscrito para ‘enganador’. acompanhavam grupos de mercadores ou peregrinos ate surgir uma oportunidade, quando o momento certo chegava, os assassinos aproximavam-se da vitima por trás, passavam os rumales em seu pescoço e apertavam, murmurando preces a Kali.



Antes de uma expedição, os tuques sacrificavam um carneiro diante de uma imagem de Kali manchada de sangue e coberto de flores. Ao lado das estatua estavam às ferramentas do oficio – corda, faca e picareta. A faca era usada na mutilação ritual dos cadáveres. Presumia-se que a mutilação agradasse a Kali, alem de ser pratica, pois dificultava a identificação das vitimas.



Alguns viajantes eram imunes ao ataque. As mulheres era poupadas em deferência ao sexo de Kali e os homens santos, certos artesãos, músicos e poetas também gozavam da proteção da deusa. Os leprosos e aleijados estavam isentos, pois os tugues temiam a contaminação, nunca molestavam europeus com medo de represarias por parte dos governos coloniais.



Com uma compaixão duvidosa, os tugues adotavam os filhos de suas vitimas, iniciando os meninos na seita, ensinando-lhes seu idioma e os sinais secretos. As iniciações eram solenes e alegres, nada dava a um pai tuque mais orgulho do que ver seu filho seguir seus passos sangrentos.

Estima-se que mais de um milhão de pessoas tenham perecido nas mãos dos tuques antes que os governantes ingleses da Índia acabassem com a seita por volta de 1826 o coronel William Sleeman (administrador civil de Jubbulpore, na Índia) recorreu a tuques capturados, quebrando o código de silencio com ofertas de clemência, no total conseguiu 56 informantes, em 1848 exceto por alguns casos isolados, o reino tuque de terror chegou ao fim.

Com o tempo, estranguladores e mutiladores fora transformados em hábeis oleiros, pedreiros e tecelões. Seus tapetes tornaram-se uma especialidade procurada ate pela rainha Vitória, cujos soldados haviam destruído a irmandade, encomendou um para o castelo de Windsor.


Texto extraído do livro: Mistérios do Desconhecido – Seitas Secretas, Abril Coleções (Time-Life), tradução Tomas Rosa Bueno.


Abraços Rosa
23 de janeiro de 2008.

5 de janeiro de 2008

Descobrimento de Tróia.

A historia de um menino pobre que encontrou um tesouro.


Começou assim: um garotinho estava diante de uma sepultura da sua aldeiazinha natal, no norte superior da Alemanha, em Mecklemburgo. Ai estava enterrado o malfeitor Henninh, chamado Bradenkielrl. Constava ter ele assinado e assado um pastor vivo e, já depois deste torrado, haver- desferido ainda um pontapé. A vingança, diziam, manifestara da seguinte maneira: todos os anos o esquerdo do facínora, calcado com uma meia de seda, tinha de brotar da sepultura.
O garotinho esperou e nada aconteceu. Então pediu ao pai que fosse cavando e investigando para ver onde o estaria naquele ano. Não longe dali havia um outeiro. Lá, segundo lhe contaram havia um berço de ouro. O menino perguntava ao pai, pobre e desmoralizado:
_ O senhor não tem dinheiro Por que não desenterras o berço
O pai contava sagas, contos de fadas e lendas ao menino. Falava-lhe sobre também – velho humanista – sobre as lutas dos heróis de Homero, sobre Paris e Helena, Aquiles e Heitor, a forte Tróia consumida pelas chamas. No Natal de 1829 deu-lhe um presente a Historia do Mundo Ilustrado de Jerrer, nele continha uma gravura representando Eneias com o filho pela mão, fugindo da fortaleza em chamas. O menino olhava a gravura, os muros fortes, a sólida porta ocidental e perguntava:
_ Tróia era assim?
O pai acenava com a cabeça.
_ E tudo isso foi destruído, completamente destruído, e ninguém sabe onde era?
_Isso mesmo respondia o pai.
_ Não acredito, dizia o menino. Quando eu for grande, hei de encontrar Tróia; e também o tesouro do rei.
O pai ria.

Quarenta e seis anos depois.

A maioria dos sábios contemporâneos designava como o possível sitio onde Tróia poderia ter ficado – se ela tivesse existido algum dia – a aldeola de Bunarbashi, havia naquele lugar duas fontes que levavam os arqueólogos arrojados a opinião de que bem poderia ter sido ali a velha Tróia.

''E alcançaram as duas fontes de belas águas borbulhantes,
De onde parte, de dupla nascente, o Escamandro vertiginoso.
Uma corre sempre quente, e do fundo dela.
Sobem nuvens de fumo como uma fornalha;
Mas a outra mesmo no verão corre fria como granizo,
Ou como a neve de inverno e como gélidos blocos de gelo.''


Assim dizia Homero no canto XXII da Ilíada, versos 147 a 152. Por quarenta e cinco piastras Heinrich Schliemann contratou um guia, montou num cavalo sem rédea nem sela e lançou o primeiro olhar sobre a terra do sonho de infância.
Esse primeiro olhar, entretanto, já lhe mostrou que aquele lugar, a uma distancia de três horas do litoral, não podia ser o sitio de Tróia, visto que os heróis de Homero eram capazes de correr, varias vezes ao dia, dos seus navios ate o castelo. E naquela colina poderia ter-se erguido o castelo de Priamo, com sessenta e duas dependências, muralhas ciclópicas.Schliemann que levava Homero ao da letra inspecionou as fontes e abanou a cabeça. Num espaço de quinhentos metros não contou duas (como declarou Homero), mas trinta e quatro fontes na mesma temperatura de dezessete graus e meio.
A justificativa de sua duvida de que Tróia tivesse sido ali a ausência de qualquer vestígio de ruínas e ate de cacos de cerâmica e muralhas ciclópicas não desaparecem sem deixar vestígios, e , contudo não havia sinal delas.
Havia porem sinal de outros sítios entre as ruínas de Nova Ilion, hoje Hissarlik, que significa Palácio, duas horas e meia de ao norte de Bunarbashi, distante apenas uma hora da costa. Por duas vezes Schliemann examinou o cume da colina que apresentava um planalto quadrangular, medindo 233 metros de lado e então se convenceu de ter achado Tróia.

Em 1869 ele casou-se com a grega Sofia Engastromenos. Em Abril de 1870 começou a cavar, em 1871 cavou durante dois meses e, nos dois anos seguintes, quatro meses por ano. A colina parecia uma imensa cebola que era preciso desfolhar camada por camada. E cada camada parecia ter sido habitada em tempos diversissimo; povos viveram e morreram, uma civilização sucedera a outra, e sempre uma cidade dos vivos se erguera novamente sobre a cidade dos mortos.
Qual dessas nove cidades era, porem a Tróia de Homero?

Schliemann marcou provisoriamente 15 de Julho de 1873 como ultimo dia das escavações. E então na véspera, achou aquilo que havia de coroar sua obra com brilho de ouro e encantar o mundo.
Dispensou os cem trabalhadores, a mulher segurava o chalé e este se enchia de tesouros cujo valor parecia impossível de calcular. O tesouro de Priamo! O tesouro de um dos mais poderosos reis de tempos remotíssimos, impregnados de sangue e lágrimas, adorno de homens semelhantes aos deuses, enterrado há três mil anos e tirado de baixo das muralhas de entulho de sete reinos perdidos para a luz de um novo dia!
Schliemann não duvidou nem por um instante que tinha achado o tesouro de Priamo.

Somente pouco antes de sua morte se provou que ele havia se deixado iludir pela embriagues do seu entusiasmo; que Tróia ficava, não na segunda nem na terceira camada e sim na sexta camada a contar de baixo e que o tesouro pertencera a um reino mais antigo do que de Priamo.

Tal êxito poderia ser ainda suplantado?

Mas esta historia fica para um outro post.
Resumo feito do Livro Deuses, Túmulos e Sábios de C. W. Ceram
Traduzido por João Távora, Editora Melhoramentos, 12 edição Abril de 1970.