29 de março de 2008

Templo...

Há alguns meses vi no programa do Jô Soares uma entrevista com o (cantor e compositor) Z. Rodrix, que de nome dificilmente se sabe dizer quem é porem quando Elis Regina canta: Eu quero uma casa no campo/ Onde eu possa compor muitos rocks rurais /E tenha somente a certeza /Dos amigos do peito e nada mais /Eu quero uma casa no campo /Onde eu possa ficar no tamanho da paz...
Ou o hit Soy Latino Americano/ E nunca me engano/ E nunca me engano/

O que eu não sabia é que ele havia escrito livros, a entrevista foi simplesmente maravilhosa, como poucas que eu vi no Jô Soares (que é um porre!!!). Pesquisei em sites, na livrarias em MT e por fim chegou as minhas mãos o livro Johaben – O Diário de um construtor do Templo, o primeiro livro da trilogia. Esta trilogia seque com Zorobabel: Reconstruindo o Templo e Esquin de Floyrac: O fim dos Templos.


Este templo em questão é o de Jerusalém projetado por Yahweh (Deus), a morada final da Arca da Aliança, trazida com os hebreus desde os tempos de Moisés, chegando a Davi, mesmo dando inicio ao projeto não teve autorização de Deus para executar por ser um homem de guerra e não de paz, ficando para Salomão erguê-lo , é nesta parte que a história começa, mas há passagens do livro que fala mais do que erguer paredes, construir um templo material, e sim no crescimento espiritual, do renascimento de si mesmo, em certos parágrafos, a reflexão é tão profunda, que nos leva as lágrimas. Como esta o seu templo?



Abandonando o acampamento, desci a trilha de pedra caverna adentro e embrenhei-me pelos corredores desertos das pedreiras, acabando por chegar à sala onde meu grupo trabalhava, e na qual o dia seguinte veria nossa atividade frenética. Sentei-me absolutamente só no chão, com as costas apoiadas na parede, abraçando os joelhos, e fixei meu olhar na rocha viva à minha frente.Tentei mais uma vez, apertando as têmporas com as mãos, enxergar as linhas da rocha que somente Nehemias parecia ver, mas nada aconteceu. Eu era absolutamente cego para o que realmente importava, e tomado por um ódio incontrolável, comecei a chutar e a socar a pedra à minha frente, enquanto as ondas de ódio mortal subiam pelo meu peito acima, e eu urrava como fera selvagem, destruindo meus dedos e pés na agressão à pedra. O sangue começou a manchar a rocha, e depois de um tempo interminável a dor e os ferimentos venceram meu ódio, e eu caí para trás, urrando menos pela dor do que por estar completamente destruído. Eu tinha finalmente chegado ao fundo de mim mesmo, e não sabia mais quem era, de onde vinha, nem para onde estava indo. O Joab criança que eu fora se transformara no Joab que meu tio construíra, e pelos mais torpes motivos este Joab se transformara no Johaben que eu agora tentava ser, mas não conseguia, pois não tinha mais forças para nada. Por mais que eu recusasse, por mais que aquele que eu fora gritasse dentro de mim que eu merecia mais, que eu era especial, que eu era diferente, que eu era melhor que todos, que eu devia ocupar uma posição superior, a verdade mais verdadeira me cobriu com seu manto de absoluta transparência, limpando de minhas vistas as tinturas e névoas que até esse dia me impediam de verdadeiramente enxergar, e eu finalmente compreendi que não havia, nunca tinha havido nem nunca haveria nenhuma diferença entre mim e a pedra. Eu não tinha mais porque lutar: meu sangue sobre a pedra já estava acinzentado como ela, e eu mesmo, como podia ver pelas feridas que os golpes na rocha tinham me causado, ia lentamente tomando a cor e o aspecto da rocha em que estava encostado. O mundo à minha volta era A pedra, eu era de pedra, o ar que me cercava ia lentamente se transformando em pedra, penetrando meus pulmões com sua infinita platitude. Eu não era nada além da pedra, e com um suspiro me deixei escorregar para dentro dela, buscando a paz da integração final com o que nunca soubera, mas que sempre fora e finalmente aceitava ser: um pedaço de pedra cinzenta, sem nome nem destaque, nem marcas, nem segredos. Um frio intenso explodiu dentro de meu coração e eu caí ao chão, aceitando pacificamente a minha morte definitiva. Desisti de viver e me entreguei.
Por algum motivo, no entanto, a morte passou por sobre mim e me deixou, inerme, caído ao chão da caverna. Alguma coisa dentro de mim pulsava com regularidade, e eu acabei percebendo que era o meu coração, batendo em meu peito, marcando cada momento seguinte de minha vida. Meu coração não tinha se enrijecido como pedra. Uma enorme sensação de alívio se instalou em mim, como que me dizendo que a provação pela qual eu vinha passando já se acabara. Deixei que o ar entrasse em meus pulmões, e me permiti sentir a mim mesmo: eu estava limpo, eu me sentia limpo, pois morrera e fora ao meu próprio fundo buscar-me. De algum lugar lá embaixo, na escuridão do meu íntimo, onde eu nem mesmo desconfiava que existisse alguma coisa, eu conseguira roubar o sopro necessário para reiniciar minha existência. Eu agora podia existir, pois o jugo que meu passado tinha algemado à minha vida havia finalmente sido quebrado. Não havia mais nada que me prendesse a nada: tudo se apagava como que por encanto, e os fantasmas e desgraças de meus dias passados tomavam finalmente seu tamanho verdadeiro, um tamanho infinitamente pequeno. Em mim, no fundo de mim, estava a força de que eu precisava para quebrar essas cadeias. Compreendi, então, que ao aceitar o meu próprio fim e abandonar pela exaustão o leme de minha vida, ele tinha sido tomado por alguma força superior que sempre estivera dentro de mim, mesmo quando eu não sabia disso. Essa força é que me arrancava a cada momento mais uma respiração, mais uma batida de coração, essa força é que me sustentou quando a carga se mostrou quase excessiva, mas que também nunca permitiu que a ela se adicionasse a pluma que me quebraria a espinha. E em minha mente renascida surgiu com todos os detalhes, como se eu lá estivesse, o grande céu estrelado que nos cobria, e eu via em cada uma dessas estrelas a mesma força que pulsava dentro de mim, renovando meu compromisso com a vida. Por quanto tempo eu andara enganado, ora achando que o Universo tinha sido criado para tudo me conceder, ora sofrendo porque o Universo tinha se transformado em um plano sinistro contra mim... Nada disso: o Universo nunca tinha sido nem meu serviçal nem meu inimigo: nada me devia e nada me cobrava. A força que o iluminava era a mesma que fazia com que eu me movesse, e quanto mais eu me movesse em consonância com ele, mais perfeito seria o nosso movimento em comum. Abri meus olhos, molhados por meu primeiro pranto de alívio verdadeiro, e uma grande onda de alguma coisa que eu só posso chamar de amor cresceu dentro de mim, porque a caverna em que eu me encontrava, inesperada e maravilhosamente iluminada por uma estranha luz dourada, pulsava no mesmo ritmo do meu coração e, sem perder a cor cinzenta que era a sua natureza, ia ficando mais e mais transparente. Eu podia enxergar dentro das paredes de pedra as veias pelas quais corria a seiva viva da rocha, vinda de todos os cantos do mundo, numa fabulosa exibição de vida para todo o sempre. Nesse momento inesquecível entre tantos outros que eu vivera e ainda viveria, eu tive então a certeza plena de que a pedra e eu éramos uma coisa só.

Livro: Johaben - Diário de um Construtor do Templo.

Autor: Z. Rodrix.

15 de março de 2008

O Perfume



Aí ficou parado, recompôs e farejou. Conseguira. Tinha-o firme. Como uma fita, o aroma descia a Rue de Seine, inconfundivelmente nítido e, mesmo assim, sempre suave e fino. Grenouille sentiu como o seu coração estava pulando e sabia que não era o esforço da correria que o fazia pular, mas o seu excitado desamparo diante deste aroma. Procurou lembrar-se de alguma coisa comparável e teve de desistir de todas as comparações. Esse aroma tinha frescor; mas não o frescor das limas ou laranjas, não o frescor da mirra ou das folhas de canela ou da hortelã ou da bétula ou da cânfora, nem da chuva de maio ou do vento da geada ou da água da fonte... e ao mesmo tempo tinha calor; mas não como a bergamota, cipreste ou almíscar, nem como o jasmim ou narciso, nem como lenha de roseira e nem como íris... Esse cheiro era uma mistura de ambos, do fugaz e do pesado, não uma mistura, mas uma unidade e, alem disso, restrita e fraca e, ainda assim, sólida e fundamental, como um pano de fina seda cintilante... e de novo também não como seda, mas como leite doce feito mel em que um biscoito se dissolva – o que, afinal, mesmo com a melhor das boas vontades, não se conjugava: leite e seda! Incompreensível esse aroma, indescritível de modo nenhum classificável, a rigor nem sequer deveria existir. E, no entanto, ai estava ele, em maravilha obviedade. Grenouille o acompanhou, com o coração a saltar de medo, pois o havia aprisionado e, agora, irresistivelmente, o atraíra para si.
O Perfume de Patrick Süskind

Preciso ver o filme, mas por enquanto me contento e muito em reler o livro.

5 de março de 2008

2008 promete.

Sumiço de um mês, por motivos pessoais, profissionais, maternais, familiares, escolares...
Em fevereiro bati meu recorde de passeio em shopping center, fui duas vezes, não é porque eu não gosto que tenho que privar meus filhos, foi uma maravilha a eles, compras, a primeira vez que o Alexandre foi ao cinema, comida fast food, escada rolante, meus pés doem até hoje. Estou colocando em pratica o tempo dedicado aos meus filhos(resolução de final de ano), esta será a prioridades deste ano, pensando nisto vou tirar férias (depois de cinco anos e licença maternidade não conta), a minha casa não ira se construir se eu vender estas férias integralmente, então vou tirar dez longos dias e visitar a sogrinha (eta!!!), neste caso é férias mesmo ela esta morando no Espírito Santo a poucos kilometros da praia.
Mas em fevereiro foi o mês em que me descobriram isto mesmo, ninguém que eu conheço sabe do blog, então qual a minha surpresa, meu marido me achou, a partir de uma lista de endereços de blog’s no Word que mantenho no PC onde trabalho, onde ele também trabalha, isto foi um balde de água fria na minha cabeça, a coitada não conseguiu articular mais uma palavrinha sequer, imagine um post inteiro, já estou refeita, e também não é nada de mais e nem de outro mundo
(explique isto a ele!).
Finalzinho de janeiro foi o aniversário do Gabriel 2 aninhos, hora de ir à escola, mais um stress, achar a escolinha certa (entre 2 opções), mas ele foi muito fofo não chorou, qdo fui embora me deu até beijinhos (ufa!!!). Este ano a escola do Ale me pediu 5 cadernos, 4 apostilas e 1200 folhas A4 (entre brancas e coloridas), se um ano tem 365 dias cada caderno com 96 paginas (480 no total). Simplesmente reduzi a lista a quase nada, incrível te pedem horrores em materiais e sempre vêm trabalhos para se fazer em casa, e nada para executar, no final do ano dez trabalhos em uma pasta. Stop neste povo!!!!

Comecei escrever este post ontem (04/03/08) felicíssima com as férias cheia de programação, até meu chefe me dar um bom dia com a cara fechada, (lá vem bomba!), o funcionário que voltou hoje de férias, separou-se da esposa (ele com 22 ela com 16 o juízo esta aonde?) e pediu as contas, ele vai ver o que poderá ser feito talvez adiar, mas tenho o pressentimento:

Minhas férias subiu no telhado!


Retificação do post As leis de Murphy, como o Blogildo comentou que eu estava errada (resolvi olhar a nota fiscal e perguntar ao técnico) eu realmente escrevi errado no post eu pedi a vendedora uma Placa com 20+4+4 pinos e na verdade nós já havíamos trocado a placa de vídeo, e por isso trocamos tb a Fonte de 24 pinos 350 w 2.20volt , ela tem 20+4 e 4 pecinhas que se parecem com plug de telefone (o meu conhecimento é zero) eu desconfiei da primeira vendedora pelo simples fato do meu chefe ter me entregado R$150,00 para a aquisição da mesma.
Achei na Kadri Informática na Av. Rubens de Mendonça com a Nara. (olha o Jabá).


*Se alguma destas imagens é de sua autoria favor me avisar para os créditos, estava com muita pressa e nem anotei de onde as tirei.