24 de maio de 2008

O que um livro ruim pode acrescentar na minha vida?

A minha primeira resposta e esta pergunta seria um grande NADA, até que fiz a minha primeira compra on line de livros no site estante virtual, e eu precisava de um valor x para conseguir o frete grátis, na pressa escolhi o livro Sereníssima da autora Erica Jong, da qual nunca ouvi falar, a estória se resume em uma atriz de 43 anos, que vai a Veneza para ser jurada em uma amostra de cinema e começar a gravação do filme Sereníssima baseado em o Mercador de Veneza de Shakespeare, possui muitos trechos das obras, sonetos, descrições e história de Veneza.

Assim começa o livro:
“Durante mais de mil anos Veneza foi algo único entre as nações, metade ocidental, metade oriental, metade água, metade terra, situada entre Roma e Bizâncio, entre a cristandade e o islamismo, um pé na Europa, outro nas pérolas da Ásia. Chamava-se a si mesma de Sereníssima...”

Há muitas situações da obra e vida (do que se sabe) do autor, mas quando a ‘heroína’ recebe um anel e é transportada para o cotidiano do autor, na verdade os dois viram amantes ela Jéssica, (personagem do Mercador de Veneza) judia moradora do gueto, mas digamos que a narrativa da autora é extremamente tosca, em certo momento ela compara os órgãos sexuais “Will” como um sabre, ele procura cancro nela, o final é horrível.

Agora voltando a minha pergunta, este livro tenebroso me fez desejar ler Shakespeare, dele só conheço o básico, e algumas adaptações do cinema, tudo muito superficial. Mas como nada é por acaso, indo à casa da Janete eis que encontro na estante dela Tragédias de Shakespeare (Romeu e Julieta, Macbeth, Otelo o Mouro).

Certos livros me amedrontam, há tanto estardalhaço e interpretações do perfil psicológico, das entrelinhas em relação a algumas obras, quando não vejo é como se não estivesse vendo a roupa do rei(uma adaptação do conto excelente). Porém Shakespeare me surpreendeu com a facilidade com que consegui me situar no drama de Otelo e Desdémona. Agora o que Shakespeare poderá fazer na minha vida eu não sei, mas o prazer em ler já é mais do que o suficiente, agora me resta conseguir as outras obras para ler.

7 comentários:

Blog do M@rcondes disse...

Não sei quem disse, nem quando, mas a leitura é um dos alimentos do espírito e o principal fortificante do intelecto. Lendo o teu post, me lembrei de algo que quero fazer há muito tempo eestou protelando não sei por que, que é ler Espinosa. Ele é considerado o fundador do criticismo bíblico moderno. É algo para se ler com o dicionário do lado. Trata-se da análise crítica da possibilidade, da origem, do valor, das leis e dos limites do conhecimento racional. É tido para muitos como o ponto de partida da reflexão filosófica. Chato? Enfadonho? Sei lá se vou ter aquilo que Papai Noel carrega as costas. Mas acho que é um pagar pra ver. Abraços!

Jana disse...

pois é, às vezes acontecem boas surpresas em maus livros...

beijo

Paulo disse...

Eu adoro ler...já agora qual o seu mail?

Anônimo disse...

Shakespeare , nunca li nada dele, mas não é dele a frase :''Existe mais entre o céu e a terra do que imagina nossa vã filosofia''?
Acho que a frase é mais ou menos essa , creio que seja dele, e por ai se vê a profundidade dos seus
pensamentos . Abraços

Blogildo disse...

Daqui a pouco postarei uma resposta sobre Proust. Desculpe a ausência daqui. Ando com a vida meio corrida!
Bjs!

Blogildo disse...

Tá lá!

Bjs!

Zé Costa disse...

Meu primeiro livro de Shakespeare foi Titus Andronicus, uma tragédia muito sangrenta. Depois vieram outros. Aliás, quando eu tinha uns 14 anos, depois de ter lido o livro acima e Hamlet, me deu vontade de virar escritor. Cheguei a rabiscar meu primeiro romance: Berthold II, a tragédia da ambição. Eu tinha 14 anos, não era Shakespeare, não podia ter ficado bom. Joguei fora, é claro.