30 de agosto de 2007

O medo de agosto

O mês de agosto é o mais marcado pela supersticiosidade no mundo.


a) Origem: Foram os romanos que deram ao oitavo mês do ano o nome de agosto, em homenagem ao imperador Augusto. Na época, o imperador estava logrando grandes vitórias, destacando-se entre elas a conquista do Egito e a sua elevação a cônsul. No entanto, foi entre os romanos que o mês de agosto começou a ser considerado azarento, embora não se saiba exatamente o porquê. O que hoje sabemos é que os romanos acreditavam na existência de um dragão gigantesco e terrível que, durante o mês de agosto, passeava pelo céu cuspindo fogo pelas narinas. Posteriormente, a superstição foi explicada: tratava-se da constelação de Leão nos céus do hemisfério norte naquele período do ano.


b) Ressurgimento em Portugal: O medo de agosto ressurgiu em Portugal no período das grandes navegações. As mulheres portuguesas não casavam nunca no oitavo mês, porque era nessa época que os navios das expedições saíam à procura de novas terras. Portanto, casar em agosto significava ficar sozinha e às vezes sem lua-de-mel. Algumas jovens senhoras ficavam viúvas.


c) No Brasil: Com a colonização do Brasil pelos portugueses, essa superstição chegou ao continente americano e se espalhou. Daí o dito popular “Casar em agosto traz desgosto”.


d) Na cultura africana: A cultura africana também demonizou o mês de agosto. Até hoje, o chamado “dia em que o Diabo anda solto”, e que nos candomblés brasileiros é o dia de todos os exus, é 24 de agosto.


e) Na América do Sul: Em alguns países da América do Sul, houve variações, frutos da má fama do mês combinada com ocorrências locais coincidentes. Na Argentina, por exemplo, muitos não lavam a cabeça em agosto porque acreditam que isso chama a morte. Há também as razões climáticas. Em muitos países, acredita-se que as assombrações, fantasmas que gemem e arrastam correntes, almas penadas que balançam as redes de quem dorme e outras coisas similares acontecem em agosto, porque este é o mês do frio e da ventania. Agosto também é o mês do “cachorro louco”.


f) Na França: Cada país tem lá os seus motivos. Na França, o mês é malquisto porque em 24 de agosto de 1572 Catarina de Medici ordenou o massacre de São Bartolomeu, que tirou a vida de dezenas de milhares de pessoas.


g) Na Polônia: Na Polônia, ele desperta antipatia porque em 14 de agosto de 1831 os poloneses foram derrotados pelos russos na Revolta de Varsóvia, que também matou muita gente.
h) Em Marrocos, Camboja e outros: Em Marrocos, a explicação é que em 14 de agosto de 1844 a França invadiu o país. Em Camboja, porque em 11 de agosto de 1863 a França tomou a nação. Na Alemanha, em 3 de agosto de 1932, Hitler assumiu o governo alemão após a morte de seu antecessor. Na China, em 8 de agosto de 1937 o Japão invadiu Pequim, derramando muito sangue. No Japão, nos dias 6 e 9 de agosto de 1945, as cidades de Hiroshima e Nagazaki foram destruídas por bombas atômicas. Aliás, a Europa, de forma geral, ficou traumatizada com agosto porque foi neste mês que tiveram início tanto a Primeira quanto a Segunda Guerra Mundial. A guerra entre Paquistão e Índia começou em agosto de 1965.



Baseando-me em todos estes fatos e crenças nunca tive problemas com o mês de agosto até porque nasci neste mês tão conhecido como o mês do cachorro louco e ainda por cima canhota o que origina aquela velha frase que eu odeio “ela é canhota é contra Deus”, e deves em quando faço aniversário em uma sexta feira treze, pode parecer bizarro mas não ligo para nada disso até porque não sou supersticiosa e mesmo fazendo niver em plana segundona este mês foi de arrepiar os cabelos, tudo que tinha para dar errado deu, no trabalho, em casa, a emprega tudo deu “zica”literalmente.
Meu queridíssimo marido esqueceu a data, pra piorar fui ao blog do Marcondes e descobri um triste fato o Fidel Castro nasceu no mesmo dia que eu (que merda!), tudo bem que meus pais se conheceram em uma greve de sindicatos em São Paulo, papito foi preso no regime militar, mamãe é Lulista de carteirinha (então não discuto política com ela nem a força), mas me parir no mesmo dia, é demais pra mim.
O meu pimpolho mais novo adoeceu lá se foram quinze dias sem dormir, porque criança só doe alguma coisa à noite quando um melhorou o outro adoeceu, Dena meu anjo lá em casa me caiu de moto uma semana de molho, ligo para a minha irmã me emprestar às duas mãos, e tive que mandar fazer um exame de gravidez na moça, despedida do namorado apos três anos os pombinhos resolveram se separar e deram uma de despedida e eu quase virei tia, o exame deu negativo mas o susto foi grande.
Não consegui terminar de ler O Ultimo Teorema de Fermat, nem escrever uma linha sequer para o blog a mente estava bloqueada e a conta corrente zerada, quando se tem filho ao invés de sair com uma ficha do hospital deveria ser com um aviso se teu filho adoecer você esta F...... Pra piorar o pimpolho tem alergia a corantes então tenho que morrer nas marcas famosas, genéricos nem pensar, a cada ida na farmácia nada menos de noventa reais e mais cinco injeções no bumbum um umidificador de ar, que o ar esta enfumaçado, irrespirável.
Uma louca resolveu dar show onde trabalho e adivinha quem foi à escolhida para isso? Euzinha aqui, o vontade de pular no pescoço da tida cuja, recitei o mantra “o cliente sempre tem razão” contei até 10 já estava nos 1000 e nada resolveu, respirei ...respirei fundo... E não aquentei soltei o cachorro nela, mulher folgada, vá gritar com outra. Pronto arrumei mais confusão ela quis conversar com o meu chefe, ainda bem é uma pessoa sensata e conhece a fama de louca da senhora em questão. Mas a cretina hoje me liga para vender bolão. É tem meta para cumprir! E lembrou do chefe da idiota aqui, e com toda satisfação esperei ela falar o valor de todos os bolões, o premio acumulado, ouvi uns cinco minutos e disse um NÃO bem grande e elegante e claro não passei a ligação. Morra pra lá infeliz!
No dia da louca, tudo que quero é o aconchego do meu lar, quando chego em casa o vizinho resolveu limpar o quintal, jogou em propriedade alheia e vazia e não pensou duas vezes tocou fogo, quando eu vi aquela fumaça toda indo em direção a minha casa, corri estiquei a mangueira, enchi o balde com água e apaguei tudo, descasquei o rapaz em impropérios a vizinhança saiu para ver, um barraco homérico, uma baixaria horrível mas ninguém colocou fogo em mais nada.
Esta noite foi tudo em paz, tão em paz que acordei às oito horas da manhã e claro atrasada para o trabalho.
Pra dizer que nada deu certo consegui dar uma fugidinha do trabalho mais cedo e fiz inscrição pro provão, chega toda vez que discuto algo com a minha irmã ela diz: _Você não sabe disso só fez até a oitava série. Fico com vontade de esmurrar a magrela mas ela no fundo tem razão.Espero que o mês de setembro esteja mais calmo porque nesta correria toda o regime foi pro espaço e pra piorar veio frente fria e me afundei no chocolate quente e voltou o dois quilos perdidos, mas recomeço tudo de novo se não tiver um treco antes.
Puts Desabafei!!!!!!!!

25 de agosto de 2007

Mulheres e a Matemática

Através dos séculos as mulheres foram desencorajadas a estudar matemática, mas apesar da discriminação houve algumas que lutaram contra os preconceitos gravando seus nomes na história da ciência. A primeira mulher a produzir um impacto nesta disciplina foi Theano, no século VI a.C. Ela começou sua carreira como uma estudante de Pitágoras e acabou se casando com ele. Pitágoras é conhecido como “o filosofo feminista” porque ativamente encorajou mulheres estudantes. Theano foi uma das vinte e oito mulheres irmãs da Irmandade Pitagórica.


Nos séculos seguintes, filósofos como Sócrates e Platão continuaram a convidar mulheres para suas escolas, mas foi somente no século IV de nossa época que uma mulher fundou sua própria escola de matemática, e se tornou muito influente. Hipácia, filha de um professor de matemática da Universidade de Alexandria, ficou famosa por fazer as dissertações mais populares do mundo conhecido e por ser uma grande solucionadora de problemas. Ela era obcecada pela matemática e pelo processo de demonstração lógica. Quando lhe perguntavam por que nunca se casara ela respondia que era casada com a verdade. E finalmente, sua devoção à causa da racionalidade causou sua ruína, quando Cirilo, o patriarca de Alexandria, começou a oprimir os filósofos os cientistas e matemáticos, a quem chamava de hereges, ele tramou contra Hipácia e instigou as massas contra ela:

“Num dia fatal, na estação sagrada de Lent, Hipácia foi arrancada de sua carruagem, teve as roupas rasgadas e foi arrastada nua a igreja. Lá foi desumanamente massacrada pelas mãos de Pedro, o Leitor, e sua horda de fanáticos selvagens. A carne foi esfolada de seus ossos com ostras afiadas e seus membros, ainda palpitantes, foram atirados às chamas.”
Edward Gibbon – Historiador.



Logo depois da morte de Hipácia a matemática entrou num período de estagnação e somente depois da Renascença foi que outra mulher escreveu seu nome nos anais da matemática. Maria Agnesi nasceu em Milão em 1718 e, como Hipácia, era filha de matemático. Ela foi reconhecida como um dos melhores matemáticos da Europa e ficou particularmente famosa por seus tratados sobre tangentes às curvas.
Embora os matemáticos de toda Europa reconhecessem as habilidades de Agnesi, muitas instituições acadêmicas , em especial a Academia Francesa, continuaram a lhe recusar uma vaga como pesquisadora. A discriminação institucionalizada contra as mulheres continuou até o século XX, quando Emmy Noether, descrita por Einstein como “o mais significante gênio matemático criativo já produzido desde que as mulheres começaram a cursar os estudos superiores”, teve negado seu pedido para dar aulas na Universidade de Göttingen.
Assim como Hipácia, Agnesi e a maioria das outras matemáticas, Noether nunca se casou, era filha de matemático.De todos os paises da Europa a França era o mais preconceituoso quanto a mulheres instruídas, declarando que a matemática era inadequada para as mulheres e além da sua capacidade mental.

No começo do século XIX uma jovem francesa Sophie Germain viveu uma era de preconceitos e chauvinismo. Para realizar suas pesquisas ela foi obrigada a assumir uma identidade falsa, estudar sob condições terríveis e trabalhar em isolamento intelectual.
Então, em1794, a Écolle Polytchenique foi inaugurada em Paris uma instituição reservada somente para homens. Ela assumiu a identidade de um ex-aluno, Monsieur Antoine-August Le Blanc, assim conseguiu ter acesso a tudo que era destinado ao ex-aluno e entregava as respostas dos problemas, em dois meses o supervisor do curso, Joseph-Louis Lagrange, não pode mais ficar indiferente ao talento demonstrado nas respostas de Monsier Le Blanc que anteriormente era conhecido por seus péssimos cálculos. Lagrange era um dos melhores matemáticos do século XIX. Lagrange ficou atônito em conhecer a jovem e tornou-se imediatamente seu amigo e mentor.
Ela iniciou uma carreira frutífera na física, uma disciplina em que se destacaria apenas para enfrentar os preconceitos da sociedade. Sua contribuição mais importante foi a “Memória sobre as vibrações de placas elásticas”, um trabalho brilhante que estabeleceu as fundações para a moderna teoria da elasticidade. No fim da sua vida a Universidade de Göttingen lhe concedeu um grau honorário, mas ela faleceu antes de câncer nos seios.

“Quando a Torre Eiffel foi erguida, uma obra onde os engenheiros precisaram dar ma atenção especial a elasticidade dos materiais usados, os nomes dos 72 sábios foram gravados na estrutura. Mas ninguém encontrara nesta lista o nome desta mulher genial, cujas pesquisas contribuíram tanto para a teoria da elasticidade dos metais: Sophie Germain. Teria sido ela excluída da lista pelo mesmo motivo que tornou Agnesi inelegível para a Academia Francesa – porque era mulher? Parece que sim. Se foi este o caso é a vergonha sobre os responsáveis por tamanha ingratidão para com alguém que serviu tão bem a causa da ciência. Alguém cujas realizações lhe garantem um lugar invejável na galeria da fama.”
H.J Mozans, 1913.



Texto retirado do livro:O Último Teorema de Fermat. Simon Singh.

Deste resumo deve ter ficado muitas outras mulheres brilhantes de fora , pois o livro aborda somente as que tiveram alguma importância na solução deste enigma que demorou 300 para ser solucionado o Último Teorema de Fermat. Depois trago mais explicações sobre este enigma.


Imagens:
Torre Eiffel : www.antiform.it

18 de agosto de 2007

Realidade e a Moça da Janela.



Realidade


Sim, passava aqui frequentemente há vinte anos...

Nada está mudado — ou, pelo menos, não dou por isto —

Nesta localidade da cidade ...

Há vinte anos!...

O que eu era então! Ora, era outro...

Há vinte anos, e as casas não sabem de nada...

Vinte anos inúteis (e sei lá se o foram!

Sei eu o que é útil ou inútil?)...

Vinte anos perdidos (mas o que seria ganhá-los?)

Tento reconstruir na minha imaginação

Quem eu era e como era quando por aqui passava

Há vinte anos...

Não me lembro, não me posso lembrar.

O outro que aqui passava, então,

Se existisse hoje, talvez se lembrasse...

Há tanta personagem de romance que conheço melhor por dentro

De que esse eu-mesmo que há vinte anos passava por aqui!

Sim, o mistério do tempo.

Sim, o não se saber nada,

Sim, o termos todos nascido a bordo

Sim, sim, tudo isso, ou outra forma de o dizer...


Daquela janela do segundo andar, ainda idêntica a si mesma,

Debruçava-se então uma rapariga mais velha que eu, mais

lembradamente de azul.

Hoje, se calhar, está o quê?

Podemos imaginar tudo do que nada sabemos.

Estou parado físisca e moralmente: não quero imaginar nada...


Houve um dia em que subi esta rua pensando alegremente no futuro,

Pois Deus dá licença que o que não existe seja fortemente iluminado,

Hoje, descendo esta rua, nem no passado penso alegremente.

Quando muito, nem penso...

Tenho a impressão que as duas figuras se cruzaram na rua, nem então nem agora,

Mas aqui mesmo, sem tempo a perturbar o cruzamento.


Olhamos indiferentemente um para o outro.

E eu o antigo lá subi a rua imaginando um futuro girassol,

E eu o moderno lá desci a rua não imaginando nada.

Talvez isso realmente se desse...

Verdadeiramente se desse...

Sim, carnalmente se desse...


Sim, talvez...


Álvaro de Campos


Eu adoro este quadro a primeira vez que o vi tinha uns treze anos ganhei do meu pai um livro de bolso sobre o Salvador Dali e esta moça a janela me chamou a atenção. Na maioria das vezes me sinto assim como uma mera expectadora de mim mesma e como diz o poeta a juventude cruzando com a maturidade não se reconhecem. Então lá se vai mais uma primavera e eu aqui olhando ela passar tentanto viver na realidade.


16 de agosto de 2007

Ipês.


O estado do Mato-Grosso esta florido, esta em diversas cores, os ipês, se destacam em meio ao cerrado com seu colorido esfuziante, suas pequeninhas flores rodopiam ao vento sua beleza encanta nós os moradores e quem esta de passagem, sua resistência ao fogo e a capacidade em se recuperar, sua preparação das sementes para garantir a continuidade da espécie. Em tudo isso ficamos sem palavras diante dessa imensidão florida.
E que os poetas eternizem a sua beleza.
Como uma chuva de ouro
no ar, parada
Na fronde dos ipês,
nofervedouro
Desse amarelo
e mágico tesouro,
Vejo a Pátria pairar
,simbolizada:
É aqui tão fácilencontrarmos ouro,
Que o acharemos nas árvores da estrada,
E a quem quiser essa riqueza é dada,
E o que é nosso e de todos logradouro.
Martins Fontes
Ontem floriste como por encanto,
sintetizando toda a primavera;
mas tuas flores, frágeis entretanto,
tiveram o esplendor de uma quimera.
Como num sonho, ou num conto de fada,
se transformando em nívea cascata,
tuas florzinhas, em sutil balada,
caíam como se chovesse prata...

Sílvio Ricciardi

14 de agosto de 2007

Como a matemática chegou até nós?



A evolução da teoria dos números

Depois da morte de Pitágoras, dois séculos depois do incêndio de sua escola, o centro de estudo se mudou de Crotona para Alexandria. Somente quando Alexandre o Grande morreu e Ptolomeu I subiu ao trono do Egito é que Alexandria se tornou o lar da primeira universidade do mundo, matemáticos e outros intelectuais emigravam para a cidade pela principal atração da cidade que era a Biblioteca de Alexandria.
O sonho de Ptolomeu de criar uma casa de conhecimento sobreviveu a sua morte. Outros Ptolomeus acenderam ao trono do Egito, a biblioteca continha cerca de 600 mil livros. O primeiro diretor do departamento de matemática foi ninguém menos que Euclides.
Euclides nasceu no ano 330 a.C. Como Pitágoras, ele acreditava na busca pela verdade matemática pura. Ele dedicou boa parte de sua vida ao trabalho de escrever Os Elementos, o livro-texto mais bem-sucedido de toda a história. Os Elementos consistem em treze livros, alguns dedicados aos trabalhos do próprio Euclides, os demais sendo uma compilação de conhecimento matemático da época, incluindo dois volumes dedicados aos trabalhos da Irmandade Pitagórica. Nos séculos apartir de Pitágoras, os matematicos a tinham inventado uma grande variedade de técnicas lógicas que podiam ser aplicadas em diferentes circunstancias. Ele explorou uma arma lógica conhecida como reductio ad absurdum, ou prova por contradição.
Ao usar a prova da contradição, Euclides foi capaz de provar a existência dos números irracionais. Até este ponto da história todos os números poderiam ser expressos como números inteiros ou frações, mas com os números irracionais de Euclides desafiavam a representação na maneira tradicional. Não existe uma maneira de descrever o numero igual á raiz quadrada de dois exceto expressando-o como V2 (raiz quadrada), porque ele não pode ser escrito como fração, e qualquer tentativa de escrevê-lo com decimal resulta em uma aproximação, por exemplo, 1,414213562373...
Esta não foi a sua maior contribuição para a matemática. A verdadeira paixão de Euclides era a geometria, e dos treze volumes que formam Os Elementos de I ao VI concentram-se na geometria plana (bidimensional) e nos Livros XI ao XIII lidam com a geometria dos sólidos (tridimensional). Com um conhecimento tão completo, os Elementos foram à base do ensino da geometria nas escolas e universidades durante dois mil anos seguintes.

O ultimo herói da tradição matemática grega foi Diofante de Alexandria, e pouco se sabe sobre a sua vida. Ele gostava de resolver problemas enigmáticos que exigiam soluções com números inteiros. Sua obra foi intitulada Aritmética dos treze volumes, somente seis sobreviveram ao tumulto da Idade das Trevas. Os outros sete livros foram perdidos numa série de acontecimentos trágicos que enviaram a matemática de volta a era babilônica.

Durante os séculos entre Euclides e Diofante, Alexandria continuou sendo a capital intelectual do mundo civilizado, mas permaneceu sob a ameaça de exércitos estrangeiros. O primeiro grande ataque aconteceu em 47 a.C, quando Julio César tentou derrubar Cleópatra incendiando sua frota. A Biblioteca localizada perto do porto incendiou centenas e milhares de livros. Felizmente Cleópatra apreciava a importância do conhecimento e ficou determinada a restaurar a glória da Biblioteca. Marco Antonio percebeu que o caminho para o coração de uma intelectual passa por uma biblioteca e assim marchou para a cidade de Pérgamo, ele confiscou todos os livros e levou para Alexandria.
Durante os quatros séculos seguintes continuou a acumular livros, até que no ano de 398 a Biblioteca recebeu o primeiro de dois golpes fatais, ambos como resultado de intrigas religiosas. O imperador cristão Teodósio ordenou que Teófilo, bispo de Alexandria, destruísse todos os monumentos pagões. Infelizmente Cleópatra reconstruiu a biblioteca no Templo de Serápis. E assim a biblioteca foi jogada no meio da fúria para a destruição de ícones e altares. Os estudiosos “pagões” tentaram salvar seis séculos de conhecimento, mas antes que pudessem fazer qualquer coisa foram linchados pela horda de cristãos. O mergulho em direção á Idade Das Trevas tinha começado.

Algumas cópias preciosas dos livros mais importante sobreviveram ao ataque dos cristãos, e os estudiosos continuaram a visitar Alexandria em busca de conhecimento.Então, no ano 642, o ataque dos muçulmanos terminou aquilo que os cristãos tinham começado. Quando lhe perguntaram o que devia ser feito com a biblioteca, o califa Omar, vitorioso, declarou que os livros contrários ao Alcorão deveriam ser destruídos. E os livros que apoiassem o Alcorão seriam supérfluos e, portanto destruídos. Os manuscritos foram usados como combustível que aqueciam os banhos públicos. A matemática grega virou fumaça. Não é de se surpreender que a maior parte do trabalho de Diofante tenha sido destruída. De fato é um milagre que seis volumes da sua obra Aritmética tenham sobrevivido a tragédia de Alexandria.
Pelos mil anos seguintes a matemática no Ocidente ficou reduzida ao básico. Somente alguns luminares na Índia e na Arábia mantinham esta ciência viva. Eles copiaram as fórmulas dos manuscritos gregos que tinham restado e começaram a reinventar a maioria dos teoremas perdidos. Também acrescentaram novos elementos à matemática, incluindo o numero zero.
Texto extraido do livro
O último teorema de Fermat de Simon Singh.
Imagem: cduporourem.blogs.sapo

10 de agosto de 2007

Homenagem a Jorge Amado


Eu particularmente li somente um livro do Jorge Amado, Capitães da Areia sobre crianças de rua, este é um daqueles livros que você se emociona mesmo, e começa a pensar um pouco mais sobre o assunto, se indigna pela falta de estrutura deste país. Jorge Amado nasceu em 10 de Agosto de 1912 e faleceu em 06 de agosto de 2001. Sinto não ter tido mais tempo para pesquisar sobre o autor mas deixo algumas frases e o nome de suas obras.
Memória
"Quando você morre em um país sem memória, imediatamente eles te esquecem. Quando eu morrer, vou passar uns 20 anos esquecido."
FOLHA DE S.PAULO, 06/07/1991Jorge Amado, escritor, sobre o ostracismo da obra de Érico Veríssimo e a produção literária brasileira atual.
Humor
"O humor não é coisa da juventude. O jovem tem força criadora, paixão, entusiasmo e ímpeto, uma coisa que depois você tem menos. Depois você tem a experiência, e o humor é da experiência."
JORNAL DA TARDE, 04/01/1992Jorge Amado, escritor, sobre a presença do humor na sua obra tardia.
Ditadura
"Acho que o mais terrível foi a degradação do caráter. Em relação a duas coisas. Você teve a tortura. Em segundo lugar, a ditadura institucionalizou a corrupção. Hoje, esse mal faz parte dos costumes."
JORNAL DA TARDE, 04/01/1992Jorge Amado, escritor, sobre as conseqüências da ditadura no Brasil.
Um Brasil melhor
"O que está acontecendo no Brasil é como uma coceira, muita gente pensa que é lepra, mas é só uma coceira, vai acabar."
O GLOBO, 07/08/1992Jorge Amado, escritor, ao responder se o Brasil tem condições de mudar para melhor.
Homenagem aos 80
"Só na Bahia poderia se ver tanta gente festejando um homem que não é político, fazendeiro, rico, cardeal ou general."
O ESTADO DE SÃO PAULO, 11/08/1992Jorge Amado, escritor, sobre o show em homenagem aos seus 80 anos.


Obras do autor
O país do carnaval, romance (1931)
Cacau, romance (1933)
Suor, romance (1934)
Jubiabá, romance (1935)
Mar morto, romance (1936)
Capitães da areia, romance (1937)
A estrada do mar, poesia (1938)
ABC de Castro Alves, biografia (1941)
O cavaleiro da esperança, biografia (1942)
Terras do Sem-Fim, romance (1943)
São Jorge dos Ilhéus, romance (1944)
Bahia de Todos os Santos, guia (1945)
Seara vermelha, romance (1946)
O amor do soldado, teatro (1947)
O mundo da paz, viagens (1951)
Os subterrâneos da liberdade, romance (1954)
Gabriela, cravo e canela, romance (1958)
A morte e a morte de Quincas Berro d'Água, romance (1961)
Os velhos marinheiros ou o capitão de longo curso, romance (1961)
Os pastores da noite, romance (1964)
Dona Flor e Seus Dois Maridos, romance (1966)
Tenda dos milagres, romance (1969)
Teresa Batista cansada de guerra, romance (1972)
O gato Malhado e a andorinha Sinhá, historieta infanto-juvenil (1976)
Tieta do agreste, romance (1977)
Farda, fardão, camisola de dormir, romance (1979)
Do recente milagre dos pássaros, contos (1979)
O menino grapiúna, memórias (1982)
A bola e o goleiro, literatura infantil (1984)
Tocaia grande, romance (1984)
O sumiço da santa, romance (1988)
Navegação de cabotagem, memórias (1992)
A descoberta da América pelos turcos, romance (1994)
O milagre dos pássaros , fábula (1997)

Imagem:http:http://www.fundacaojorgeamado.com.br/index2.htm
Frases:http: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/literatura/jorge_amado_frases.shtml


7 de agosto de 2007

Poema

O poeta e a rosa
E com direito a passarinho



Ao ver uma rosa branca
O poeta disse: Que linda!
Cantarei sua beleza
Como ninguém nunca ainda!

Qual não é sua surpresa
Ao ver, á sua oração
A rosa branca ir ficando
Rubra de indignação.

É que a rosa, alem de branca
(Diga-se isso a bem da rosa...)
Era da espécie mais franca
E da seiva mais raivosa.

_Que foi? – balbucia o poeta.
E a rosa – Calhorda que és!
Para de olhar para cima!
Mira o que tens a teus pés!

E o poeta vê uma criança
Suja, esquálida, andrajosa
Comendo um torrão da terra
Que dera existência à rosa.

-são milhões! – a rosa berra
Milhões a morrer de fome
E tu, na tua vaidade
Querendo usar do meu nome!...

E num acesso de ira
Arranca as pétalas, lança-as
Fora, como a dar comida
A toda essas crianças.

O poeta baixa a cabeça
_É aqui que a rosa respira...
Geme o vento. Morre a rosa.
E um passarinho que ouvira


Quietinho toda a disputa
Tira do galho uma reta
E ainda faz um cocozinho
Na cabeça do poeta.

Vinicius de Moraes, Rio 1959.

3 de agosto de 2007

Mulheres são de Vênus os homens são de Marte.



Realmente somos de mundos diferentes, observando aqui no meu trabalho geralmente quando a cliente compra algo para presentear um homem seja ele marido, namorado, pai, sempre pedem para embrulhar, retiram a nota fiscal para a pessoa não saber o valor do objeto, sai toda satisfeita com o papel reluzente cheio de fitilhos, laços e adesivinho, o homem quando compra pede para por em uma sacola com a nota fiscal dentro, como sou mulher, sempre tento colocar em uma embalagem, mas no máximo ouço não deixe assim mesmo, e coloque a nota fiscal dentro para ela saber o valor e cuidar direito.
Fico aqui imaginando a cara do homem abrindo aquele monte de fitas que geralmente são rasgados nos dentes ou com uma faca, e a mulher muito chateada em achar o preço do presente e aquela sacola horrorosa.
Acredito-me que fazemos as coisas para outras pessoas do jeito que gostaríamos que fossem feitos para nós, fala-se tanto em guerra dos sexos, personalidades diferentes, e basta olhar com mais carinho a nossa volta para percebermos as diferentes que são sutis e de fácil convivência digo isso por experiência própria.
Há tempos atrás li alguns capítulos do livro que intitula este post, uma amiga me emprestou, como nunca consegui ler um livro de auto-ajuda, fui no capitulo que me interessava, como falo muito e meu marido geralmente responde com monossílabas, isto me chateava , resumindo no livro diz que as mulheres gostam de falar dos problemas só pra desabafar e isto pode não ajudar a solucioná-lo, mas é uma busca na solução, os homens se retraem e se matam de tanto pensar até encontrar a solução, eu munida dessa informação larguei meu marido em paz com seu silencio, comecei a procurar as amigas e acabei criando um monstro, pelo simples motivo de não o procurar mais com meus problemas por mais complicados que o sejam, ele acabou percebendo isso e se incomodou, começou a reparar no que eu visto, em discutir a relação, os problemas cotidianos, ficou romântico enfim mudou da água pro vinho.
Agora sim você vai concluir que nós mulheres realmente somos problemáticas eu estou me sentindo sufocada, vigiada e incomodada com a mudança, nunca discutimos a relação antes em nove anos de casamento, percebi que romantismo é coisa de filme e livros baratos, agora eu sou a insensível e ele o romântico somos dois monstro um criado pelo outro e continuamos a morar em planetas diferentes.

Acho que deveria ler lido o livro todo (há!ha!ha!ha!ha).