Ontem fui dormir a uma da manhã, final de mês já sabe fazer contas e mais contas, cortar despesas, apertar aqui e ali no bom jeitinho brasileiro mas pelo jeito vou ter que ler muito romance barato para terminar esta casa, que ainda não esta nem a metade pronta e não temos nem previsão, o pedreiro trouxe a metragem do piso, vai ser uma cacetada, pra piorar o cimento subiu e falta terminar o murro, vou esperar esta crise passar.
Vou começar o ano sendo contribuinte de CPMF, pois é, adiei o que pude para abrir uma conta no banco, mas pelo jeito o cartão de crédito será inevitável, limite e talão de cheques nem pensar, o objetivo é guardar dinheiro e o que não tiver um bom desconto à vista e for parcelado sem juros no cartão, vou pagar a perder de vista (hehehe) este é o objetivo da conta.
Segundo li no final do ano a tendência do material de construção é abaixar, mas “na história deste país”nunca se sabe.Agora me resta torcer para os preços caírem, a comissão subir, e cumprir a meta deste ano que é o piso, e nem pensar nas tintas, no resto das calhas, no pedaço do murro, nos portões, vidros da janela e portas, pia e vaso...
Se pensar muito vou ficar assim:
Se pensar muito vou ficar assim:
Insônia
Não durmo, nem espero dormir.
Nem na morte espero dormir.
Espera-me uma insônia da largura dos astros,
E um bocejo inútil do comprimento do mundo.
Não durmo; não posso ler quando acordo de noite,
Não posso escrever quando acordo de noite,
Não posso pensar quando acordo de noite —
Meu Deus, nem posso sonhar quando acordo de noite!
Álvaro de Campos ou se preferir Fernando Pessoa.