Perguntar não ofende.

Dias atrás veio uma cliente, daquelas que a comissão sorri no final do mês, sempre fico uns quarenta minutos com ela, mas vale a pena, é extremamente detalhista, no dia estava na minha mesa o livro Teorema de Fermat do Simon Sing, ela pega o livro nas mãos e pergunta:

_ Gosta de ler?
_ Adoro, (respondo)
_ Eu também gosto, estou com um monte de livro lá em casa se quiser de empresto.
_ Se não tiver problemas eu aceito.

Três dias depois me aparece à senhora com uma sacola imensa cheio de livros românticos, daqueles que você compra em banca de jornal, nas capas estão repletas de garotas perfeitas com seus príncipes encantado e seus melodramas.
Euzinha com uma cara de “feliz” aceitei e agradeci, agora vou ter que ler pelo menos um (estou procurando o com poucas paginas) decorar o nome da infeliz da heroína.

A questão é : “tato” se digo para ela que não gosto deste tipo de leitura, corro o risco de perder a cliente, se digo que é “legal” corro um risco ainda maior de ela ter mais livros e trazer. Como dizem os ditados populares, “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”.

Prometo para mim mesma, se alguém disser que gosta de ler, juro que vou perguntar o estilo. Juro! Juro! Juro!